segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Informe dos trabalhos atuais de Carlos Nougué

                                                                                                                                 Carlos Nougué

1) Proximamente, meu novo curso online de 12 aulas, "Fé Ciência": https://www.estudostomistas.com.br/2024/11/fe-e-ciencia-o-novo-curso-online-de.html .

2) Entre o fim deste ano e o início do próximo, Thiago Magalhães lançará um gordo livro sobre Ética e Metafísica, com escritos de numerosos autores, incluindo o meu "O Jusnaturalismo de Santo Tomás Não É Naturalista".

3) Sem dúvida até o fim de dezembro entregarei à Contra Errores os originais daquele que talvez seja meu livro mais extenso, de lógica: "Do Verbo Mental ao Verbo Escrito".

4) Provavelmente até março do ano que vem entregarei enfim às Edições Santo Tomás os originais de meu "Comentário ao Apocalipse".

5) Logo depois, pelas Edições Santo Tomás, sairá meu livro "O Sextivium", uma resposta tanto à teoria dos 4 discursos de Olavo de Carvalho como aos defensores da manutenção das antigas 7 Artes Liberais e ao rigorismo literário de Monsenhor Gaume.  

6) Em seguida, ainda não sei por que editora, lançarei o livro: "Anjos ou Quimeras?", um desnudamento da imensa tolice que é o livro de Raimundo Lúlio sobre os anjos.

Observação: tudo isto, naturalmente, se Deus o quiser.

7) Ademais, continuam em pleno vigor meus cursos online mais longos:

a) a Escola Tomista, de 5 anos, já totalmente gravado (são 267 aulas);

b) Uma História Tomista da Filosofia, de 3 anos, que já tem cerca de 2/3 de suas aulas gravadas;

c) o Comentário à "Suma Teológica" artigo a artigo", de 4 anos, de que vai ao ar esta semana a nona aula.

8) Sairão proximamente pelo Instituo Verdade duas traduções minhas: "Da Concordância dos Evangelistas", admirável obra de Santo Agostinho, e a nova edição do "Compêndio de Teologia", essa pérola de Santo Tomás.

Minha plataforma de cursos: https://cursos.estudostomistas.org/ , onde se encontram não só os referidos cursos longos, mas multidão de outros, muitos dos quais gratuitos.

Meu canal do Youtube (com 195 vídeos): https://www.youtube.com/c/CarlosNougu%C3%A9Tomismo .

domingo, 10 de novembro de 2024

O modo iníquo de agir de um verdadeiro bando

 Carlos Nougué

Entro a escrever estas linhas sentindo lástima, por duas razões: primeira, porque me tira um tempo que eu poderia estar usando para seguir na escrita dos dois livros que estou terminando agora; e porque é assunto por si mesmo demasiado desagradável. Mas, ainda que pedindo perdão a seus possíveis leitores em especial por sua extensão, devo fazê-lo sobretudo porque se trata de defender o tomismo, essa doutrina que, como disse Pio XI, é a única que a Igreja fez sua.

Histórico

Há uns quatro ou cinco anos, dois jovens que se diziam tomistas e que me pareceram filosoficamente promissores procuraram-me, e não hesitei em divulgá-los. Sucede porém que pouco depois o que parecia ser o líder, Carlos Alberto, mostrou-se verdadeiramente como neomodernista ao defender contra mim que os islâmicos e os cristãos têm o mesmo Deus. Em livro, publiquei dois opúsculos meus (um fundado em artigo internacional da FSSPX) em que julgo mostrar suficientemente a falsidade de tal asserção ao explicar o mesmo islã. Depois, ainda escrevi um artigo para meu blog Estudos Tomistas em que refutava expressamente a Carlos Alberto quanto a isto; mas acabei por suprimir a referência expressa a ele por julgar que ele não estava à altura de obter resposta minha. Mas insistiram e insistiram em que lhe respondesse, e insisti e insisti em minha postura de não fazê-lo, a qual se deve a algo de que já falarei; e então começaram da parte deles as “gracinhas”: eu era o “tomista autêntico”, e, dos dois tomistas com que mais me identifico, o Padre Cornelio Fabro – o maior metafísico do século XX – passou a ser “palpiteiro”, e o Padre Álvaro Calderón “caldeirão”! E então, além de considerar que um homem como eu, de 68 ou 69 anos então, autor de vários livros e professor de pós-graduações e de multidão de cursos tomistas próprios, três dos quais duram entre três e cinco anos, não deveria rebaixar-me a debater na Internet com “engraçadinhos” que, além de não terem nada de seu além de seu “gogó”, perdoem-me a palavra não nobre, eram tão talentosos que se aviltavam fazendo piadinhas juvenis e dando apelidozinhos tão infames aos que, vejam só, eles consideravam fossem inferiores a eles.

Depois porém de um largo período em que por razões graves de saúde pouco apareci na Internet, este ano, 2024, com a saúde bem mais estável, voltei a gravar muitos vídeos para meu canal do Youtube, a lançar escritos pela Contra Errores, e a escrever os referidos dois livros, um para a Contra Errores (Do Verbo Mental ao Verbo Escrito) e o outro para as Edições Santo Tomás (Comentário ao Apocalipse), ambos os quais, como anunciado publicamente, se lançarão se Deus quiser no primeiro semestre de 2025. Ora, isto fez crescer os olhos do grupo, agora mais amplo, de Carlos Alberto, cujos membros passaram a invadir todos os meus espaços, ou espaços em que participava, como o podcast de Marcelo Andrade e o do Bacon podcast, para EXIGIR, nada menos que exigir agressiva e grosseiramente, que eu debatesse publicamente com Carlos Alberto. Sucede porém que Carlos Alberto já nem sequer é tomista, mas luliano (voltarei a isto), e eu disse, sem dúvida retoricamente, no final do podcast com Marcelo Andrade que se ele ao menos fosse scotista eu debateria; mas não com um seguidor de um tardomedieval, Raimundo Lúlio, cuja vida pode até ser beata, e o é, e cuja obra até pode ser numerosa, mas cuja doutrina é tão insignificante que seu nome nem sequer aparece na maioria das Histórias da Filosofia. Pronto, foi o bastante: agora se ergueu um membro que eu desconhecia do grupo de Carlos Alberto, um certo Fugita, tão jovem como aquele (devem beirar os 28 anos), a defender Duns Scot e a desafiar-me a debater com ele na Internet. Mais que isso, muito mais: agora, verdadeiro bando de ignorantes grosseiros e ofensivos passaram a invadir meus espaços a exigir que eu debatesse com o novo mestre de seu grupo, um rapaz que depois vi nem sequer é scotista, mas luliano! e que só apareceu como defensor de Scot para eu morder seu anzol.  

Mas a coisa não terminou aí. Como eu respondo a todos os comentários em meus vídeos do Youtube, um dia apareceu uma tropa carlos-albertiana ou, sei lá, fugitiana a acusar-me de ter plagiado um texto de Fraile, em sua História da Filosofia, num vídeo sobre Duns Scot. No meio do fogo cruzado, disse que, sim, havia seguido a Fraile neste vídeo, mas que o tinha feito de memória. Algum sectário seu tirou um print do que eu dissera, e isso foi o bastante para Fugita gravar um vídeo em que mostra que eu não o fizera de memória e que, portanto, “estava provada a minha desonestidade” (voltarei também a isto). Depois, como o lema “Nougué é desonesto” perdeu um pouco o calor do momento, passou Fugita e seu bando a criticar todos os meus vídeos, sem deixar de invadir meus espaços para exigir, sempre agressiva e grosseiramente e o mais das vezes sob ridículos pseudônimos, que eu debatesse com ele, com este Doutor da Internet.  

Baste o dito como histórico.

POR QUE NÃO DEBATO COM CARLOS ALBERTO

NEM COM FUGITA

Ponha-se antes de tudo que jamais debaterei com eles de modo algum. Mas digo depois que debates de Internet absolutamente não esclarecem nada; ao contrário, lançam trevas. São como os debates eleitorais entre candidatos, e não vejo nada mais expressivo e emblemático para retratá-los que a cadeirada dada por um candidato em outro recentemente. Como acontece nestes debates entre candidatos, ganham os debates “filosóficos” de Internet não necessariamente os que têm razão, mas quase sempre os que melhor sabem fingir que têm razão. É a retórica a serviço do mal, a mesma retórica que Platão tanto vituperou.

Ademais, sem querer dizer que o fato de alguém ter lançado uma vasta obra escrita necessariamente implique que ele tenha razão, o fato é que não lançar nenhum obra escrita depõe contra quem se queira superior filosoficamente. É que, como dizia Santo Tomás, mais nobre que contemplar a verdade é divulgar o contemplado, o que é próprio da caridade. E nenhum desses dois rapazes jamais publicou mais que algumas linhas e vídeos na Internet. Ora, com os dois livros que lançarei em 2025 eu terei cerca de 4.000 páginas de livro publicadas, em 12 volumes, sem contar que a transcrição de minhas sempre objetivas aulas ministradas ao longo de uma década pode ser encadernada em várias volumes que totalizam cerca de 7.000 páginas.

Ademais, tenho 72 anos, e algumas doenças crônicas graves. Como eu me exporia a debater com pessoas tão jovens e com uma espécie de furor debatedor, no ambiente turvo e nada idôneo dos debates de Internet? Como sempre disse aos do referido bando a respeito de seus dois líderes, cresçam e apareçam, ou seja, tenham uma vasta obra publicada e terão de mim certo respeito, o mesmo que tenho para com os filósofos adversários do tomismo que têm uma obra considerável. Mas certo respeito não é adesão, nem muito menos implica que eu vá debater de qualquer forma com tais sumidades – sempre adversários. Tenho mais que fazer, e como disse a um sectário desse bando: Vão ver se estou lá na esquina.

Uma objeção que os do bando invasor me lançaram é que eu desafiei Olavo de Carvalho duas vezes a debater comigo na Internet. Talvez não saibam a razão: a primeira vez foi só para defender um amigo; a segunda, porque ele, Olavo, estava a estimular seus sectários a fazer comigo algo semelhante ao que os sectários de Carlos Alberto e Fugita estão a fazer, e porque sabia que ele não aceitaria o desafio; eu queria apenas tentar diminuir o ímpeto selvagem de tais sectários; mas desafiei-o a tal, ele negou-se, e calei-me. Aliás, diga-se de passagem que agora um que ouro olavete se une à ação dos fugitistas contra mim, e dão sua contribuição ao maravilhoso acervo das pérolas denominativas fugitistas: relembram que sou “Carlos Ninguém”. A idade mental de toda essa gente deve girar em torno dos 15 anos, e ainda assim 15 anos mal-educados.

QUEM SÃO CARLOS ALBERTO E FUGITA

Carlos Alberto, como eu disse, apareceu como tomista, mas da linha do Cardeal Caetano, a qual não é a minha; nem por isso todavia julguei deveria deixar de divulgá-lo. Depois, passou à linha de outro tomista, o espanhol Francisco Zumel, que conheço muito pouco; continuei com a mesma atitude. Mas eis que depois, num prazo de apenas quatro ou cinco anos, deixa Carlos Alberto de ser tomista e passa a ser seguidor do também espanhol Francisco Suárez, um prolífico eclético que tentou sintetizar Santo Tomás e Duns Scot, sem, claro, conseguir grande coisa, além de, como o provo em livro e em cursos, ter introduzido no meio católico certa “vontade geral” que é uma como antecipação da de Jean-Jacques Rousseau, contrária portanto à doutrina da realeza social de Cristo; em seguida deixa de ser suareziano e passa a dizer-se scotista, ou seja, seguidor de Duns Scot, sem deixar porém de namorar a semifenomenologia de um Puelles; e por fim – por fim? – passa a dizer-se luliano. É de surpreender? Parece evidente que não. Mas há que dizer: isto é que é homem de convicções filosóficas firmes, estáveis, profundas, enraizadas...      

Quanto a Fugita, é um adventista, loquaz como um pastor, que vive a divulgar sua religião e a defender furiosamente Lutero contra os católicos que apontam seu verdadeiro caráter, como por exemplo o fizeram Marcelo Andrade e um convidado seu num podcast, aliás muito interessante. Para Fugita, eles não sabem o que dizem, deformam primária e toscamente a doutrina de Lutero, assim como eu absolutamente não entendo a Santo Tomás, nem a Duns Scot, nem, muito menos, a Raimundo Lúlio. E vejam só: o adventista Fugita vem dizer aos católicos que não devem seguir a Santo Tomás, contra o que sete séculos de papas disseram; contra a ordem expressa de Leão XIII, São Pio X (vide sua taxativa encíclica Doctoris Angelici), Pio XI e Pio XII de seguir a Santo Tomás nos estudos; e contra as 24 Teses Tomistas encomendadas por São Pio X e aprovadas e adotadas por Bento XV, com o que como que se canonizou a doutrina de Santo Tomás. E ainda algum deles tem a petulância de contrariar esta evidência com certas palavras de Pio XI em que, no entanto, o Papa diz apenas que, em questões filosóficas e teológicas disputadas e não centrais, pode não seguir-se a Santo Tomás, como aliás o fazem vários tomistas (e eu em particular: é pública minha crítica aos que julgam ser Santo Tomás tão inerrante, que chegam a dizer que ele não errou quanto à Imaculada Conceição, quando em verdade errou, sim, ele, São Bernardo de Claraval, Santo Alberto Magno e São Boaventura). Mas haverá petulância maior que um adventista dizer aos católicos que mestre eles devem seguir? Isto é absurdo até segundo o senso comum: é como se eu dissesse aos protestantes que não devem seguir a Lutero mas a Melâncton ou a Calvino ou a Armínio ou qualquer coisa assim.

Nota: Veja-se que, depois mesmo da referida primeira investida desse grupo contra mim, divulguei o livro de um protestante que faz parte dele em que se expõe o tomismo do ângulo do Cardeal Caetano (e de outros comentadores de Santo Tomás), não totalmente, é claro, porque como um protestante defenderia o Caetano firme defensor da Igreja Una, Santa, Apostólica e Romana? Mas ainda assim o divulguei, na esperança até, de como eu disse então publicamente, de que ele acabasse por converter-se à verdadeira Igreja; assim como Couperin e Bossuet se correspondiam com Bach e com Leibniz porque estes dois homens, de boa vontade, sonhavam com a reunificação dos cristãos. De fato, aquele protestante cujo livro publiquei também parecia um homem de boa vontade (e não digo que tenha deixado de parecer tal; apenas nunca mais soube dele senão por breves aparecimentos seus em meu perfil do Facebook). Mas pode dizer-se o mesmo de Fugita?

SEU MODO DE AGIR E A QUESTÃO DE MEU

VÍDEO SOBRE DUNS SCOT

Certo dia, pouco depois de Fugita ter “provado” a minha desonestidade e sem que eu tivesse tomado ainda perfeito conhecimento desta acusação, escreve-me pelo Messenger um rapaz de 17 anos que um dia me visitara com seus pais dizendo-se da Resistência (e apenas relembro que, embora eu me considere tradicional, já não faço parte de nenhum grupo tradicionalista, ainda que me incline mais a um deles). Foi muito agradável a visita. Mas eis, repito, que esse jovem de 17 anos um dia me escreve pelo Messenger para dizer-me que ou debatia com Carlos Alberto e Fugita ou me adviriam consequências ruins. Eu, crendo-o tradicionalista, respondi com argumentos tradicionais. Mas seu tom aumentou ou engrossou, sei lá, numa segunda mensagem sua, e como se não fosse um jovenzinho falando com um homem de 72 anos, depois de uma série de invectivas e de “profundas” lucubrações filosóficas, perguntou-me de chofre: Leu a Fraile na palestra sobre Duns Scot? Não sabe da acusação de plágio? Ou disse tudo aquilo de memória?

Respondi: Plágio (no caso, filosófico) dá-se quando alguém escreve ou diz algo que não é seu dizendo porém que é seu, coisa que nunca fiz, nem, tampouco., no referido vídeo. Quanto à questão da memória, como eu a tenho muito ampla – que dizer de minha quase repetição de memória no podcast com Marcelo Andrade de dois artigos da questão II da primeira parte da Suma Teológica? que dizer das numerosíssimas palestras presenciais em que falei duas, três horas sem sequer nenhum roteiro diante dos olhos? e que dizer das aulas de 10 horas seguidas (ou melhor, intercaladas só pelo almoço e por um cafezinho) na pós-graduação da Gama Filho que repeti ao longo de 10 anos em oito capitais do Brasil e dadas sempre de memória, enquanto quase todos os demais professores as davam com projeção de slides? –, como então tenho de fato grande memória, no momento em que os do bando me atacavam com mil acusações e perguntas simultâneas, eu disse uma impropriedade, ou antes uma meia-verdade, o que sem dúvida constitui falsidade. Em alguns poucos vídeos, de fato, com efeito, tenho o texto em que me baseio diante do olhos, de modo que ora o leia, ora o repita de memória, ora o comente. Como atinar, no meio de um fogo cruzado e depois de muitos anos, para a porcentagem em que essas coisas se tinham dado no vídeo em questão? Mas que a acusação de desonesto é uma infâmia maliciosa prova-se pelo seguinte: antes de tudo, e até sob algumas críticas, em meus livros sou escrupulosamente citacionista, de modo que ao contrário até do que era comum na Escolástica (Santo Tomás, por exemplo, muitas vezes citava palavras de outrem sem o dizer, claro que não por malícia, mas por introjeção e assimilação do texto alheio; Santo Alberto Magno, pela mesma razão, escreveu sobre Metafísica fazendo uma como paráfrase da de Avicena; etc.), ao contrário, digo, disto que se dava na Escolástica medieval, cito sempre abundantemente mil autores, incluindo os adversários; depois, tanto nas aulas de Teologia da pós-graduação em tomismo em que hoje leciono como em dois das dezenas de tratados de minha longa Escola Tomista faço verdadeiras lectiones: leio o livro de texto (embora aqui e ali cite passagens suas de memória) para o ir comentando passo a passo. Por que então seria desonesto num simples vídeo de Internet, eu, que ademais, como já disse aqui mesmo, tenho absoluta certeza de que vídeos de Internet não trazem verdadeira marca autoral, servindo apenas, em meu caso, para despertar nas pessoas o interesse pelo tomismo?

Volto contudo à autoridade de 17 anos. Além de ela nem sequer me ter dito na primeira vez que já não era tradicionalista e que agora se alinhava com o grupo de Carlos Alberto – fui confirmá-lo em seu perfil de Facebook –, por que depois de nossa segunda conversa não levou seu print a Fugita para que ele, com o mesmo estardalhaço com que mostrara o print do que eu dissera sob fogo cerrado e em que incorrera em resposta objetivamente falsa, o exibisse publicamente? Ou lho terá dado, e Fugita motu proprio resolveu não divulgá-lo? Não o posso saber. Mas sem dúvida isto é indicativo do espírito geral do grupo, porque esta autoridade de 17 anos foi incapaz de pelo menos divulgar ela mesma o que eu lhe disse, e continuou a ridicularizar por aí os “tomistoscos”. Vê-se que aprendeu bem a ser tão “gracioso e profundo” em seus julgamentos filosóficos como seus novos mestres.

Nota: É claro que eu tenho o print destas conversas com o rapazote.

CONCLUSÃO

Que esta carta pública seja minha última palavra sobre este grupo ou bando. É muito provável que seus principais façam algum estardalhaço difamatório em resposta, repetindo ademais uma vez mais e sempre que ninguém além deles entende Tomás, Caetano, Suárez, Scot, Puelles, Lúlio. Não me importa. Não treplicarei. Sirva esta carta de alerta aos católicos católicos (infelizmente hoje é necessário recorrer a redundâncias como esta) quanto à verdadeira face desse grupo e de seus expoentes. E sirva ademais para que estes mesmos saibam que ser vituperado e difamado e ter a reputação assassinada por hereges é um galardão, é um prêmio, é um troféu; mais, redunda em certo mérito. E eu, que já vou bem avançado em idade nesta vida, e que obviamente não sou inerrante nem impecável, pretendo porém levar comigo este mérito para a vida eterna. Obrigado, senhores hereges. 

P.S.: Para mais confirmar a profundidade filosófico-teológica dos desse bando, veja-se abaixo que profunda crítica eles me dirigem:




 

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

“Fé e Ciência” – o novo curso online de Carlos Nougué

 Curso online em 12 aulas; data de início e valor da inscrição ainda por definir

Ementa

1) Física e Metafísica ou Sabedoria

Apêndice: As três Sabedorias

2) As origens míticas.

3) Os pré-socráticos: o ente móvel como primeiro

4) O Ente de Parmênides, e o Noûs de Anaxágoras

5) Platão, e a Díade do Grande e do Pequeno

6) Aristóteles: a Física em ordem à Metafísica

Apêndice: A Física Geral e suas partes subjetivas

7) A Sacra Doutrina e a Ciência

8) A ciência alexandrina, e Ptolomeu

9) Santo Tomás: o perfeito equilíbrio entre Fé e Ciência

10) O nominalismo e o abandono das quatro causas

11) O neoplatonismo e o esoterismo humano-renascentistas

Apêndice: Copérnico e o Sol

12) O quiproquó do caso Galileu

13) O mecanismo cartesiano, e o racionalismo kantiano

14) As misérias e grandezas de Isaac Newton

15) A atitude de avestruz de aristotélicos e tomistas

16) A química nova, e a tabela periódica

17) O darwinismo: um conto de fadas gnóstico

17) A crítica da Ciência por Husserl e outros

18) Leão XIII, os Padres da Igreja e a Ciência

19) O equívoco central da relatividade de Einstein

20) A Mecânica Quântica: onda ou partícula?

Apêndice: O perenialismo de Wolfgang Smith

21) O neoateísmo de Richard Dawkins, Daniel Denet, Christopher Hitchens

22) Os limites da teoria do Design Inteligente

23) Neurociência, o cérebro, a alma intelectiva

24) O Padre Calderón: o renascimento da Ciência Natural aristotélico-tomista 

25) Não havemos de ser curadores de antiguidades

26) Conclusão: Fé, Metafísica e Ciência, e os dias atuais

sábado, 2 de novembro de 2024

Resposta ao Padre Deivid, da Resistência; e contrarresposta do mesmo Padre Deivid

                                                                                                                                 Carlos Nougué 

O Padre Deivid, depois de outras considerações que não vêm ao caso aqui, diz quanto a mim o seguinte: “Espero que ele seja orientado em seu apostolado por um sacerdote, o que é normal a qualquer leigo. Esse é o espírito da Igreja”. E termina dizendo que reza por mim e por minha família, que, di-lo ainda, sempre o tratamos muito bem – e continuaremos a fazê-lo, tenha certeza. Mas, assim como à parte o bom tratamento mútuo o Padre Deivid diz quanto a mim o que se lê acima entre aspas, sinto-me na obrigação de responder-lhe – por partes.

1) Antes de tudo, como advogado do diabo, digo que não deixa de ser interessante que um sacerdote da Resistência fale em normalidade e espírito da Igreja. Sim, porque não nada há mais pertencente ao espírito da Igreja que os bispos serem sagrados com autorização do Papa, e a Resistência tem já vários bispos sem autorização deste. É um estado de necessidade devido à degeneração geral do sacerdócio e da Fé pós-Concílio Vaticano II, dirá o nosso Padre. Concedo (mas leia-se o que digo na observação a seguir). Mas por que então não haverá um estado de necessidade de que os leigos tenham um apostolado próprio dada a referida degeneração e a majoritária má formação dos padres? Dois pesos e duas medidas?

Observação: um dos maiores erros de minha vida de católico foi um dia meter-me na disputa intertradicionalista acerca da relação dos católicos tradicionais com o Vaticano neomodernista, e pois acerca da bondade ou maldade de um acordo canônico, da licitude de sagração de novos bispos sem mandato pontifício, etc. Não o deveria ter feito, e penitencio-me publicamente – mais uma vez – de tê-lo feito. Julgo que isto não é coisa para leigos – ou ao menos para o leigo que sou eu – , embora tampouco condene os leigos que o façam, até porque a mesma Resistência e outros os estimulam a que o façam. Defendo, sempre que se dá o caso, os tradicionalistas de ataques neomodernistas. Mas simplesmente, e desde há uns dez anos, já não me intrometo em tais assuntos.

2) Deixando agora de lado o papel de advogado do diabo, digo que há um erro de base nas palavras do Padre Deivid: o apostolado leigo não é regulado senão pelo bispo, que é do corpo docente da Igreja, e não pelo sacerdote, que com os leigos é parte do corpo discente da Igreja, embora tenha o papel evidente de auxiliar, instrumentalmente, o bispo nesta tarefa. Para entendê-lo, veja-se muito por exemplo o Código de Direito Canônico de 1917 e, de Pio XII, a “Alocução aos Cardeais e Bispos para a canonização de Pio X” (31 de maio de 1954) e o “Discurso de 20 de fevereiro de 1946 aos novos cardeais”, nos quais o saudoso Papa fala de magistério eclesiástico por um lado e de magistério laico mais por outro.    

3) Há no entanto outra confusão nas palavras do Padre, quanto a mim, sim, mas de fundo geral. É que apostolado e magistério são coisas algo distintas, e não tenho apostolado em sentido estrito. Com efeito, como o podem confirmar todos os que me conhecem, nego-me sempre e decididamente a orientar qualquer pessoa quanto ao espiritual, a ponto de, mesmo sob críticas de tradicionalistas, negar-me até a dizer a alguém que não deve ir à missa nova (embora nunca deixe de apontar seu caráter), etc. – sempre o encaminho a um padre. Faço-o sempre, portanto, quanto a todas as coisas relativas à vida espiritual concreta das pessoas, porque a meu ver o leigo não tem luzes de estado para discernimento dos espíritos, razão por que, em vez de ajudar, pode prejudicar uma alma; assinale-se porém que não o erijo em regra para leigos, senão que uma vez mais a erijo para mim. O que tenho é certo magistério: magistério tomista, ou seja, o ensinamento da doutrina de Santo Tomás. A utilidade do que faço é evidente: quantos padres hoje são capazes de ensinar a doutrina de Santo Tomás a jovens com sede intelectual? Aliás, os seminaristas de seu seminário, Padre Deivid, saem devidamente formados em Santo Tomás? (Se não, Padre, ofereço-lhes mensalidade gratuita em meu curso “Comentário à Suma Teológica artigo a artigo”, assim como, a pedido de seu bispo, Dom Tomás, dei aula de Suma Teológica a antigo seminarista da Resistência. Ou terei perdido a capacidade de fazê-lo por já não me identificar com a Resistência?)

4) E obviamente magistério tomista não é o mesmo que magistério eclesiástico, conquanto, claro, possa fazer parte deste. Mas então por que faz o Padre Deivid a como insinuação retórica de que não sou dirigido em minha atividade pública por nenhum sacerdote? Sim, porque não se diz aquilo que lemos entre aspas senão com quase certeza, sob pena de leviandade. Como tenho certeza de que o Padre Deivid não é leviano, então hei de acreditar que ele tem ao menos quase certeza de que não me dirige nenhum padre. Pois bem, se sou ou não dirigido por um padre, absolutamente não é da alçada do Padre Deivid – com quem aliás nunca nem sequer me confessei – nem de mais ninguém. Mas digo, depois, que isto, ou seja, o magistério tomista por leigos, sim, é de verdadeira necessidade hoje, pela razão alegada. Portanto, quanto a meu magistério tomista, um sacerdote que se queira verdadeiramente entendedor da atual crise da Igreja não pode ter senão dupla postura: ou criticá-lo ou apoiá-lo (ou ao menos aceitá-lo) depois de tê-lo conhecido. O senhor o conhece, Padre Deivid? Mas há mais: quem há de confirmá-lo ou negá-lo é um bispo, razão por que escrevo na apresentação de meu livro Do Papa Herético e outros opúsculos: “Sucede que desde o Concilio Vaticano II a hierarquia passou a exercer a modalidade liberal de autoridade, subtraindo-se com isso à assistência do Espirito Santo. Renunciava assim não só, ipso facto, ao exercício da verdadeira autoridade, mas ao mesmo dever de subordinar a si os órgãos subsidiários. Gerou-se desse modo [...] ‘um magistério de leigos subtraído à autoridade, guiamento e vigilância do magistério sagrado’ [Pio XII]. [...] Sucede, no entanto, que como diz Santo Tomás de Aquino, ‘havendo perigo para a fé, os superiores devem ser arguidos pelos súditos, até publicamente’, e isso não seria assim se na defesa da fé um fiel ou súdito não tivesse, de certo modo, a mesma dignidade que qualquer autoridade eclesiástica. [...] Depomos [trata-se de plural de modéstia] porém tudo quanto ensinamos e tudo quanto publicamos aos pés dos órgãos autênticos que mantêm a fé neste tempo de trevas – ainda que a tais órgãos se lhes tenha tirado indevidamente a jurisdição ordinária –, para que ex post facto assinalem quaisquer erros contra a fé que porventura tenhamos cometido. Se o fizerem, retratar-nos-emos imediata e publicamente. Ousamos pretender, porém, que tanto em nosso ensino como em nossos escritos não fazemos senão seguir em espírito e em letra ao magistério infalível da Igreja, a Santo Tomas, a seus mestres auxiliares – para o que procuramos armar-nos da prudência requerida pela fé e pela humildade de nossa condição”.

5) Mas há mais: se o Padre Deivid de fato conhecesse o que faço, saberia que não faço senão seguir o proposto pelo Padre Calderón (a todos, não só aos clérigos) na apresentação de seu livro Umbrales de la Filosofía: que se forme uma corrente geral – difusa, claro – de tomistas realmente fundados em Santo Tomás, para que o tomismo se enraíze em todas as áreas do saber e da atividade humanos. Mais ainda: disse o falecido Dom Tissier de Mallerais o seguinte em um sermão pronunciado em Écône no dia 9 de dezembro de 2012: Também amo a Fraternidade São Pio X porque D. Lefebvre, com outra ideia brilhante, quis que fosse dado um curso especial, além de Santo Tomás de Aquino com sua Summa, obviamente, um curso especial sobre os Atos do Magistério da Igreja, ensinando as encíclicas de todos os grandes papas que, desde o século XIX até as vésperas do Concílio, transmitiram a doutrina da Igreja sobre os erros modernos, o liberalismo, o modernismo e o socialismo. E todos os anos, desde então, os seminaristas têm recebido esse ensinamento das encíclicas papais, verdadeiros sucessores de Pedro”. Pois bem, é exatamente o que faço no âmbito laical, sem obviamente nenhuma intenção de competir com a FSSPX, senão que exatamente  o contrário. Ou dirá o Padre Deivid ou qualquer outro que isto não é necessário no âmbito dos laicos?

6) Insisto na pergunta ao Padre Deivid, ou seja, a de se ele é contrário ou favorável a este magistério laico, segundo, claro, este magistério esteja ou não de acordo com o mesmo Santo Tomás e com o mesmo magistério da Igreja. Sim, porque, se se trata de mera rejeição dele pelo fato de ser laical, então se tratará de clericalismo reprochável. O Pai da Escolástica, o filósofo e teólogo romano Severino Boécio, era leigo; e assim também um dos Padre da Igreja, Lactâncio. Mas não me cabe a mim responder pelo Padre. E que tal Gustavo Corção e Rubén Calderón Bouchet?

Paro por aqui, desejando ao Padre Deivid o guiamento de Deus em seu apostolado, e pedindo-lhe sua bênção distante.


CONTRARRESPOSTA DO PADRE DEIVID

Caro Carlos,

Boa noite!

Espero que o senhor esteja bem.

Estava resolvendo umas últimas pendências do dia e recebi o link de sua resposta à mim, postada em seu blog. No final, o senhor pede minha benção.

Ei-la: Que Deus lhe abençoe.

Tenha uma santa noite.

In Ea,

Padre Deivid Nass, SAJM 

P.S: Caso precise dos sacramentos em caso de enfermidade, como foi o caso da visita do dom João da Cruz em sua casa, enviado por dom Tomás, estou à disposição. 

P.S: Sobre nosso seminário, que o senhor comenta com um certo ar de incerteza da seriedade da formação: Nossos seminaristas terão como professores os dominicanos de Avrillé, que estão gravando todas as aulas com os equipamentos que enviamos à França para isso. Será mais fácil assim do que a estadia francesa, ainda mais em um aparente perigo de guerra. Obrigado pela oferta do seu curso. Não desprezaremos em caso de necessidade.  

P.S: Lembranças a querida dona Rosa e ao Paulinho.