Carlos Nougué
sábado, 28 de agosto de 2021
Objeção de consciência: recurso liberal e nada católico
domingo, 22 de agosto de 2021
A queda do bolsolavismo
Carlos Nougué
sexta-feira, 20 de agosto de 2021
Perenialismo contra modernismo: o perigo de uma falsa restauração
Carlos Bezerra
O pontificado de Francisco expôs, definitivamente, uma espécie de guerra civil no interior da própria Igreja, mas com repercussões políticas em âmbito mundial. Não se trata, porém, de uma batalha do bem contra o mal, como os mais simplistas gostariam que fosse; longe disso, trata-se na realidade de algo mais complexo, repleto de sutilezas, e que, por sua própria força de atração, ainda arrastará muitos para o erro, porque as pessoas se movem por suas paixões desordenadas e se cegam mesmo diante das evidências. Primeiramente definirei as principais características dos lados envolvidos neste conflito, com o que pretenderei ser mais didático na exposição dos fatos.
O Papa Francisco segue de forma objetiva
aquilo que mais obviamente se depreende das resoluções e disposições do
Concílio Vaticano II ( 1962-1965) e de toda extensão do próprio “magistério” conciliar:
ecumenismo, liberdade religiosa e colegialidade. Essa tríade correspondia,
desde o princípio, aos anseios de um governo mundial aos moldes
socialistas: igualitário, republicano e
democrático. O pontificado do Papa Paulo VI se encarregou do ecumenismo em
sentido mais restrito, ou seja, comunhão com os protestantes e os ortodoxos,
contribuindo para a farsa de um cristianismo que nunca existiu, porque a Igreja
de Cristo é, pura e simplesmente, a Igreja Católica.
No longo pontificado de João Paulo II, o
projeto se ampliou, correspondendo então aos anseios da “Nova Era” sonhada por
Madame Blavatsky, Annie Besant e Alice Bailey: o interconfessionalismo, ou
parlamento das religiões, como se verificou no encontro de Assis em 1986. Eram
os anos do Live Aid e da “We Are the World”, a canção que reuniu multidão de
artistas da música pop. Parecia mesmo o sonho de Lennon de um mundo sem
fronteiras, multicultural, sem céu nem inferno; apenas uma irmandade de homens.
João Paulo II era o líder religioso capaz de promover essa paz religiosa. O “comunismo”
ideal, o sonho de um mundo perfeito, sem pecado original – eram essas as marcas
de tal religião do amor.
Como era óbvio, a religião de Woodstock e
dos Beatles (John e Paul: ironicamente
os nomes dos papas do concílio) só poderia corresponder a uma utopia, “comunista”
em sua forma idealista , pacifista e contrária a qualquer forma de violência,
mas favorável a toda libertinagem: “É
proibido proibir”, “Toda forma de amor vale à pena”, “ Faça sexo, não faça a
guerra”. Logo, portanto, o comunismo
realmente existente teria de se transmutar, a partir de fins dos anos 80, para
alguma coisa mais panteísta; a ECO 92, a defesa da mãe terra, expressa na carta
redigida pelo próprio ex-presidente comunista Mikahil Gorbachev e assinada por
seu grande amigo João Paulo II, e a plena adesão da chamada “teologia da
libertação” eram sinais claros dessa mudança.
Entre o fim do pontificado de João Paulo II
e o de Francisco, houve um interregno importante para a compreensão deste
artigo: o movimento tradicionalista. Primeiramente lembremo-nos de Dom Marcel
Lefebvre: em verdade, sua defesa não foi a de um movimento chamado
tradicionalista, mas da tradição em sentido próprio, ou seja, a tradição
apostólica. “Transmiti integralmente”, disse ele, “tudo o que recebi de meus
predecessores e pretendo continuar a fazê-lo: a Doutrina ensinada por Nosso
Senhor Jesus Cristo.” E assim o fez porque se tornou evidente para ele que o
que ocorrido no e após o Concílio era a gênese de uma nova religião.
Mas voltemos ao dito movimento
tradicionalista, e veremos a antítese que marca a infernal e dialética hegeliana
nesse conflito. Bento XVI, em 2007, ampliou o indulto concedido anteriormente por
João Paulo II aos padres que desejassem celebrar a Missa no chamado “rito
extraordinário”, mas com a condição de aceitarem plenamente as disposições do
Concílio e, sobretudo, o reconhecimento do Missal de Paulo VI como o do rito
ordinário da Igreja. Obviamente, para os mais atentos, a questão já não era essencial
(doutrinal), mas acidental (prática): um apego à beleza da liturgia tridentina
em oposição aos excessos do Missal de Paulo VI. Bento XVI compreendeu bem que o
debate deveria ficar restrito apenas à Missa. O tradicionalismo não lhe era um
problema, e já veremos por quê.
Agora tratemos do outro lado envolvido neste
conflito: a “Tradição”. Há uma tradição com T maiúsculo, que não é a tradição
apostólica defendida por Monsenhor Lefebvre, mas a chamada “Tradição perene”, cujos
principais expoentes são René Guénon, Frithjof Schuon, Ananda Coomaraswamy,
Julius Evola e outros mais recentes, de que falaremos depois.
Em síntese, a Tradição perene defende que
Deus revelou uma religião primordial no início da humanidade, cuja essência
porém com o tempo se esoterizou, ou seja, ficou restrita a um grupo de homens
que conseguiam unir-se plenamente ao divino, enquanto para a maioria da
humanidade a religião seria apenas algo externo (exotérico), com ritos e
práticas litúrgicas tradicionais e adequadas a cada religião. Portanto, a
Tradição primordial é o fundamento de todas as religiões em sua busca de união
com a divindade, não devendo jamais se esvaziar daquilo que tem de mais
significativo em suas práticas ritualísticas.
Naturalmente, o Tradicionalismo perene
tende a opor-se a toda e qualquer forma de modernismo, globalismo, ecumenismo, multiculturalismo,
comunismo, nova era, socialismo, porque busca exatamente o contrário disso: o “nacionalismo”
e a tradição de todas as religiões, pois que sua união só pode dar-se de forma
transcendente, o que implica a desigualdade entre os homens. E, com efeito, somente
os pneumáticos ou espirituais podem unir-se ao divino. Portanto, o inimigo dos perenialistas
é tudo aquilo que eles próprios denominam Nova Ordem Mundial, Deep State, Deep
Church e, mais recentemente, Great Reset. Aí está o projeto de Steve Bannon, perenialista
seguidor de René Guénon e Julius Evola, articulador político da campanha de
Donald Trump em 2016 e da atual campanha de Jair Bolsonaro por sua reeleição.
Mas Bannon tem seus olhos também voltados para a Europa, para aquilo que ele
chama Cruzada pela Civilização judaico-cristã Ocidental, e para tal
empreendimento se faz necessária uma forte oposição ao Papa Francisco, seu
inimigo número um. Para isso é que Bannon arrendou o antigo mosteiro de Trisult,
a poucos quilômetros de Roma, contando com o apoio do Instituto Dignatis
Humanae, do qual fazem parte muitos cardeais e figuras proeminentes, como Matthew
Festing, ex-grão mestre da Ordem de Malta. No dizer de Bannon, é fundamental formar uma escola de gladiadores para assumir
a direção da Igreja e promover uma restauração da tradição – nos moldes, claro,
desejados por René Guénon. Mas isso só poderá ser bem-sucedido com a adesão de
todos os movimentos tradicionalistas católicos, em algo que se pode chamar a
união dos clãs: a FSSP, todas as comunidades Ecclesia Dei, os sedevacantistas,
a Resistência e sobretudo a FSSPX.
Obviamente, muitos católicos, apegados antes
aos sentidos, se deixam levar sobretudo pela beleza do rito tridentino,
principalmente quando acompanhado de canto gregoriano, em uma bela Igreja ou
catedral, ou ao som de um órgão, ou de um coral polifônico. Esses católicos
serão muito piedosos, lerão dezenas de livros de espiritualidade e de vidas dos
santos, mas pouco se importarão com a conversão do mundo a Nosso Senhor Jesus
Cristo. Continuarão a defender as liberdades modernas, a democracia
partidarista e o Estado laico, desde que
possam viver seu catolicismo tradicional. Por isso, muitos rejeitarão a Missa
de Paulo VI e o Concílio Vaticano II. Desejarão ardentemente alguma restauração
antimodernista. Mas outra característica desses católicos já aprisionados pelo
Tradicionalismo perenialista é justamente sua agenda oposta à que eles
identificam nas esquerdas: o imigracionismo, o movimento LGBT, as políticas pró-aborto
e o modelo pedagógico de Paulo Freire. De fato, toda essa agenda é demoníaca,
mas o erro é associá-la apenas às esquerdas, o que leva tais católicos a aderir,
sem restrições, à nova direita impulsionada pelo mesmo perenialismo
internacional, quando em verdade o perigo está em ambos os lados. E observe-se
que nenhum dos dois lados se opõe ao Concílio Vaticano II em sua essência: a
religião do homem.
É que é o humanismo a fonte de um e de
outro mal, ou seja, tanto do modernismo como do perenialismo, os quais de fato
se complementam, porque seu resultado será sempre um catolicismo cabalístico em
um mundo em ruínas e pronto para o reinado do Anticristo final.
terça-feira, 3 de agosto de 2021
Disputa de surdos entre tradicionalistas e conciliares em torno da tese do P. Calderón sobre o magistério conciliar
Carlos Nougué
Tradicionalista: O magistério conciliar já não usa a linguagem
própria do magistério.
Conciliar: O magistério conciliar continua a usar a
linguagem própria do magistério.
Tradicionalista: Nenhum papa pode alterar o missal de São Pio V.
Conciliar: Qualquer papa pode alterar o missal de São Pio V.
Ad infinitum.
Mas é nisso que dá envolver-se em disputas
teológicas com o costume próprio dos “teólogos” de Facebook: palpitar sem se
dar ao trabalho de estudar, de ler, etc. Porque, com efeito, simplesmente não é
isso o que diz o Padre Calderón! E o pior: disponibilizei um curso gratuito de 12 aulas, “A Atual Crise na
Igreja”, em que, além de meus próprios pontos de vista, exponho exaustivamente
os do P. Calderón.
Diz o Padre argentino:
1) O próprio do magistério conciliar é já não falar
“em pessoa de Cristo”, mas, humanista e liberal que é, falar “em pessoa do Povo
de Deus”, o que está consignado em numerosíssimos documentos conciliares e
pós-conciliares. Isto é que é renunciar à autoridade doutrinal. Para tanto, o
magistério conciliar criou uma novilíngua, que, como toda novilíngua, utiliza
antigos termos com outros sentidos.
2) Agora falo por mim: é claro que qualquer papa
pode alterar o missal de São Pio V, e fizeram-no S. Pio X e Pio XII. Mas a
missa nova, contra o que quer fazer crer a novilíngua conciliar, absolutamente
não é uma alteração do missal de São Pio V: é uma ab-rogação deste e sua
substituição por uma missa já não sacrifical, mas memorial e convivial fundada
na doutrina herética do “mistério pascal” (sobre a qual voltarei a falar). –
Ademais, só posso dizer o que acabo de dizer se considero previamente que, como
o magistério conciliar depôs sua autoridade quanto ao objeto primário do
magistério da Igreja (o estritamente doutrinal, o dogmático), tampouco tem
autoridade com respeito ao objeto secundário do magistério (direito canônico,
leis litúrgicas, canonizações, etc.). Mas impôs a missa nova como o faz
qualquer autoridade demoliberal: protestando que fala em nome do Povo de Deus,
fala em verdade em nome de uma heresia e governa maquiavélica e tiranicamente.
Foi o que vimos fazer com respeito à missa tridentina a Paulo VI, João Paulo
II, o Cardeal Ratzinger (os dois últimos chegaram a ter certo sentimento de
culpa por isso e pela excomunhão de D. Lefebvre e de seus bispos, o que também
é assunto para outro artigo), e agora Francisco, sem absolutamente nenhum
sentimento de culpa, com seu Motu Proprio.
A resposta definitiva do Cardeal Caetano aos protestantes e ao CVII e seus seguidores quanto ao caráter da Missa
Carlos Nougué
Em seu magnífico opúsculo “De Missae sacrificio et ritu, adversus lutheranos”, escrito poucos anos antes do Concílio de Trento e levado muito em conta por este, o Cardeal Caetano demonstra contra os protestantes – e antecipadamente contra o CVII e sua doutrina do “mistério pascal” – que o rito da Missa tem caráter essencialmente sacrifical (e não essencialmente memorial e convivial). E eis as mais definitivas palavras suas sobre isto:
a) “Quando
Nosso Senhor Jesus Cristo mandou [na Santa Ceia]: Fazei isto em memória de Mim,
mandou: Fazei isto a modo de imolação
em memória de Mim.”
b) Como a
antiga Páscoa era figura da nova, “Fazei isto em memória de Mim refere-se a que
há que fazê-lo a modo de imolação, pois na antiga Páscoa se fazia deste modo”.
c) Na Primeira Epístola aos Coríntios (cap. 10), “São Paulo enumera entre as coisas imoladas o pão santo e o cálice do Sangue de Cristo; trata nossa mesa como altar; e diz que os que comem e bebem da mesa do Senhor comem e bebem coisas imoladas. Com isto fica claro, por um lado, que os Apóstolos haviam entendido o mandato de Cristo: Fazei isto em memória de mim, como fazer a Eucaristia imolando-a; e, por outro lado, que na Igreja de Cristo, no tempo dos Apóstolos, a Eucaristia era não só um sacramento mas também um sacrifício”.
Se eu fosse
protestante ou neomodernista vaticano-segundo, “enfiaria a viola no saco” e me
recolheria à minha insignificância. Como, porém, a alma da heresia é o “não
servirei” satânico e radica na mais alta soberba, em sua grande maioria eles
não o fizeram, nem o fazem, nem jamais o farão.
segunda-feira, 2 de agosto de 2021
O Catecismo de João Paulo II – um dos cumes da “hermenêutica da continuidade”, ou de como perder seguidores por uma só postagem...
Carlos Nougué
Nota prévia: este artigo foi publicado
orginalmente no Facebook, donde a última parte de seu título.
A chamada “hermenêutica da continuidade”
não é uma invenção de Bento XVI: é própria do mesmo Concílio Vaticano II. Consiste
em mostrar-se em perfeita continuidade com o magistério autêntico e a tradição
da Igreja mediante uma novilíngua: usam-se o mais possível os termos
tradicionais, com significado todavia não só diferente mas, em questões
centrais, perfeitamente oposto.
Pois bem, o “Catecismo da Igreja Católica”,
promulgado por João Paulo II em 1992, é um dos cumes da hermenêutica da
continuidade. É um esforço titânico por não afastar-se da terminologia do magistério
tradicional; e certamente este foi um dos motivos de ter sido tão bem acolhido
não só pelos que nasceram depois do CVII, mas até por velhos católicos (mal)
formados no ambiente anterior. Hoje é brandido pela maioria dos católicos – em grande
parte sem culpa própria – como a mais pura e verdadeira expressão da fé, razão
por que este meu artigo mexe em casa de marimbondo, com a consequência dita em
seu título.
Como, porém, graças a Deus, nunca me moveu
nem me move a busca de sucesso, devo dizer aqui que este Catecismo é tudo menos
uma pura e verdadeira expressão da fé. Nega a fé em pontos-chave. Por exemplo:
retira ao magistério da Igreja o carisma da infalibilidade e transfere-o ao
Povo de Deus por si; destrona Cristo na sociedade e afirma a “[mal]sã laicidade”;
nega a capacidade da razão e da abstração para entender, na parca medida de nosso
possível, os artigos da fé, e, negando assim um aristotelismo-tomismo assumido
infalivelmente pelo magistério anterior, adere à simbólica neokantiana de
autores publicados pela Loyola e pela Paulus, como Paul Ricoeur, Mircea Eliade,
Carl Jung, Ernst Cassirer, Susanne Langer (filósofa cuja doutrina sobre a arte,
no entanto, como o mostro no livro Da Arte do Belo, tem alguma utilidade
se depurada de seu neokantismo); nega que a fé nos chegue “ex audito”, pelo
ouvido, pela audição mediante a pregação apostólica das proposições ou artigos
de fé, para afirmar a gnóstica doutrina da “experiência presencial” (vide
sua defesa, por exemplo, por OdC); e sobretudo nega o “escândalo da cruz” e o
substitui pela sutil mas hereticíssima doutrina do “mistério pascal”, da qual
decorre, por exemplo, a missa nova e seu caráter essencialmente memorial e convivial, não
sacrifical: com efeito, para esta doutrina, que inapelavelmente cai sob o
anátema de Trento, a Redenção não decorre do sacrifício da Cruz, mas sobretudo
da Ressurreição de Cristo, e fez-se por todo o gênero humano com vontade
antecedente e com vontade consequente, motivo pelo qual, se o inferno existe,
está ao menos pouco povoado.
Exagero
eu? Não: nos n.
604 e 605 do Catecismo de João Paulo II, sob o título de “Deus tem a iniciativa
do amor redentor universal”, lemos: “Ao entregar seu Filho por nossos pecados,
Deus [deveria dizer 'Deus Pai', mas, com odor de arianismo, não o faz]
manifesta que seu desígnio sobre nós é um desígnio de amor benevolente que
precede a todo mérito de nossa parte... [e até parece a
doutrina tomista da predestinação…]. Jesus recordou no final da parábola da ovelha
perdida que este amor é sem exceção: ‘Da mesma maneira, não é vontade de vosso
Pai celestial que se perca um só destes pequenos’ (Mt 18, 14). Afirma que dá ‘sua
vida em resgate de muitos’ (Mt 20, 28); este último termo não é restritivo: opõe
o conjunto da humanidade à única pessoa do Redentor que se entrega para salvá-la
[donde o ‘por todos’ da missa nova, expressão que Bento XVI tentou corrigir substituindo-a
pela tradicional ‘por muitos’, mas entendendo-a neste sentido não restritivo do
Catecismo amarelinho]. A Igreja, seguindo os apóstolos, ensina que Cristo morreu
por todos os homens sem exceção: ‘Não há, nem houve nem haverá homem algum por
quem não haja padecido Cristo’ (Concílio de Quiercy)”. A intenção está clara:
Cristo veio salvar o gênero humano com vontade consequente; mas, sendo Deus, o
que quis ele o fez; razão por que a redenção é universal. E, para sustentá-lo
nisto, o Catecismo traz em seu apoio nada menos que o Concílio de Quiercy (no
qual aliás me fundo para mostrar a justeza da doutrina tomista da predestinação,
em “Se Se Deve Rezar pela Salvação do Mundo”, in Do Papa Herético e outros
opúsculos). Sucede, no entanto, que a frase do cânon citado não termina aí.
Ei-la inteira: “Não há, nem houve nem haverá homem algum por quem não haja
padecido Cristo, ainda que nem todos sejam
redimidos pelo mistério de sua paixão” (Denzinger 319). Diante de tal
supressão, é difícil não suspeitar de malícia. Como quer que seja, vê-se que
pelo só e mesmo cânon do Concílio de Quiercy o Catecismo, por sua doutrina do “mistério
pascal” em perfeita continuidade com o CVII, já se encontra sob anátema. E que me
venha a perda de seguidores...