sexta-feira, 9 de outubro de 2020

CRISE DE AUTORIDADE NA IGREJA E A "FRATELLI TUTTI" DO PAPA FRANCISCO

                                                                                                                                Carlos Nougué

 Este vídeo foi gravado na época do Sínodo da Amazônia e da Pachamama. Mas de modo algum perdeu atualidade, e vale perfeitamente para a Encíclica Fratelli tutti do Papa Francisco. Antes de tudo, Francisco está em perfeita continuidade com o CVII e seus outros papas. Di-lo ele mesmo: Também no campo ecumênico o caminho vem de longe, com os passos de meus antecessores. Esse é o caminho da Igreja [pós-conciliar]. Não sou eu. Eu não dei nenhuma aceleração. À medida que seguimos em frente, o caminho parece ir mais rápido, é o ‘motus in fine velocior’”. Sucede, porém, que o é por dois aspectos. Primeiro: enquanto renuncia ao caráter docente do papado, porque crê, com o CVII e todos os seus outros papas, que o conjunto da Igreja, o Povo de Deus, é infalível na fé por si – o que constitui doutrina herética. Segundo: sua como que maçônica encíclica, cujo fim é propor uma harmonia fraterna universal (entre comunistas, marcusianos, capitalistas, liberais, muçulmanos, abortistas, católicos, etc.), foi não só aplaudida pela maçonaria espanhola (e talvez outras), mas não é senão continuação e aprofundamento do propugnado na Gaudium et spes do CVII. Diz-se ali: “Isto vale não somente para os cristãos, mas também para todos os homens de boa vontade, em cujo coração obra a graça de modo invisível. Cristo morreu por todos, e a vocação suprema do homem, em verdade, é uma só, isto é, a divina. Em consequência, devemos crer que o Espírito Santo oferece a todos a possibilidade de que, em forma só de Deus conhecida, se associem a este mistério pascal [...]. Pois os bens da dignidade humana [são] a união fraterna e a liberdade, em uma palavra: todos os frutos excelentes da natureza e de nosso esforço [...]”. Ou seja, Francisco é o CVII e seus outros papas sem quase nenhum dos adornos católicos que ainda usavam para decorar e edulcorar sua heresia. (E ainda aparece um defensor do indefensável para dizer que também Leão XIII defendera a tríade liberal-maçônica “liberdade, igualdade e fraternidade” em seu magistério... É difícil não concluir que o diz por malícia. É evidente, para quem lê sem malícia seus documentos, que este combatente sumo da maçonaria diz apenas que o verdadeiro sentido de tais palavras é o dado pelo católico e não pelo liberal e maçom.) Mas insisto no que digo no vídeo abaixo e neste opúsculo: https://www.estudostomistas.com.br/2020/01/as-diversas-correntes-na-igreja-atual_23.html: não poderíamos criticar o CVII e seus papas, incluindo Francisco, se antes não tivéssemos certeza de que eles, em vez de impor sua autoridade doutrinal, a depuseram, por liberais.