Carlos Nougué
O Padre Calderón, na segunda edição de A
Candeia debaixo do Alqueire, diz que o pontificado do Papa Francisco não
faz senão confirmar sua doutrina de que o magistério conciliar, em vez de impor
sua autoridade doutrinal, a depõe por liberal. E isto é a mais absoluta
verdade. Mas eu vou além, e digo que o pontificado de Francisco marcha
velozmente para a apostasia. (E não venham os desonestos defensores do indefensável
negá-lo: Francisco apoiou, sim, no malfadado vídeo, a união civil homossexual –
e talvez ainda me indignem mais seus apoiadores e suas nada lisas mágicas
verbais do que o mesmo papa. Ademais, veja-se isto: aqui.) E
o que digo não faz senão confirmar várias coisas que escrevo em “Do Papa
Herético” e em “Se Se Deve Rezar pela Salvação do Mundo” (ambos em Do Papa
Herético e outros opúsculos: aqui). 1) Francisco,
repito-o, parece marchar para a apostasia. 2) O magistério conciliar não é
magistério autêntico da Igreja, mas reduz-se a magistério privado, razão por
que não tem grau algum de autoridade doutrinal. 3) Não só o milênio anunciado
no Apocalipse de São João parece já ter-se cumprido (de Constantino a Bonifácio
VIII) e certamente já se deu a apostasia das nações, mas também parece que se
está cumprindo, bem diante de nossos olhos, o outro sinal dado por Jesus Cristo
para a proximidade do fim: a abominação da desolação instalada no lugar santo.
4) A deriva liberal começada pelo Concílio Vaticano II não faz que os papas conciliares,
incluindo Francisco, percam ipso facto sua jurisdição (como querem os
sedevacantistas), mas os deixam com jurisdição precária (assim como um tirano
tem jurisdição civil precária): mereceriam não ser papas. 5) Tudo o que estamos
vivendo não faz senão confirmar as palavras proféticas de S. Tomás de Aquino
(no Comentário a II Tessalonicenses): trata-se da apostasia na Igreja,
pela qual muitos nela abrirão os braços para o Anticristo (e mostrarei em meu “Comentário
ao Apocalipse” que o sol que se escurece e a estrela que cai no livro profético
de S. João são, justamente, referências à perda da fé pela hierarquia da Igreja).
6) Devemos abandonar-nos com inteira confiança aos desígnios de Deus, e esperar,
com esperança teologal, sobretudo a Jerusalém celeste final: Vinde logo, Senhor
Jesus.
Observação: alguém me pediu que fizesse um
curso sobre os graus de autoridade do magistério da Igreja. Mas justamente meu livro
Do Papa Herético já diz tudo quanto há que dizer sobre isto.