Carlos Nougué
quarta-feira, 30 de setembro de 2020
“TEÓLOGOS” OLAVETES – E UMA GRANDE NOTÍCIA
segunda-feira, 28 de setembro de 2020
CATOLICISMO OU ANARCOCATOLICISMO?
Carlos Nougué
O tradicionalista argentino Antonio Caponnetto
mostra, uma vez mais, na conferência, “Contra la ‘Nueva Normalidad’, la
Pedagogía del Ánimo”, para onde caminha essa corrente tradicionalista que acusa
de ultraclericalismo calvinista a defesa intransigente da ordenação essencial do
estado à Igreja: para um anarcocatolicismo. Na referida conferência, Caponnetto
simplesmente nega ao estado a autoridade máxima em questões sanitárias. Pode
ser que, por argentino, Caponnetto extrapole para o resto do mundo a situação
de seu país, em que um tiranozinho se vale da crise sanitária para aprofundar a
revolução. Mas isto está longe de ser verdade para a maior parte do mundo; e já
vimos aqui a posição muito equilibrada de Roberto de Mattei quanto a isto.
Parece todavia que Caponnetto e seus pares se esquecem da lição de São
Paulo e de São Pedro (respectivamente em Romanos 13, 1-7, e 1
Pedro, 2, 13-17) e de Santo Tomás (na Suma
Teológica) sobre o dever de submissão do católico ao governante na esfera
própria do estado (dever de submissão que, para S. Tomás, se estende até a leis
iníquas mas não demasiado gravemente ofensivas da lei natural). Esquecem-se, ademais, que
o magistério autêntico da Igreja afirmou e reafirmou que o estado é sociedade perfeita,
e que a família não o é. Claro, resta explicar como pode ser que uma sociedade
perfeita, o estado, deva ordenação essencial a outra sociedade perfeita, a
Igreja, questão árdua que ocupará boa parte de meu “Da História e Sua Ordem a
Deus” (que sairá como apêndice, longo, de meu Comentário ao Apocalipse).
Mas diga-se desde já que a resposta se encontra, por um lado, no triplo modo
como algo se pode dizer perfeito e, por outro lado, na absoluta gratuidade da
graça e da beatitude eterna da parte de Deus – além, naturalmente, de na
ordenada subordinação dos fins.
Mas diga-se desde já
também que, se é verdade que, excetuadas talvez a Polônia e a Hungria, todos os
demais estados atuais são em ilegítimos e em algum grau cadáveres de estado,
também é verdade que isso não anula sua autoridade em questões como a sanitária,
assim como um pai ateu não perde a autoridade sobre seus filhos quanto a assuntos
estritamente domésticos. Que um católico como Caponnetto proponha o contrário é
vergonhoso – e não dista muito do liberalismo e do anarcocapitalismo.
Ainda sobre as relações entre o poder temporal e o espiritual
Carlos Nougué
Se não aceitam a palavra deste que lhes escreve, senhores católicos bolsonaristas, nem a autoridade teológica do Pe. Calderón, aceitem ao menos a palavra de Cristo, do magistério autêntico da igreja, das Escrituras e da tradição sobre as relações entre estado e Igreja. Se não o fazem, pecam contra a fé.
“Dizei às nações: O Senhor é rei. [...] / Jubilem todas as árvores das florestas / com a presença do Senhor que vem, pois ele vem para governar a terra: julgará o mundo com justiça, e os povos segundo a sua verdade.”
Salmo 95
“Foi-me dado todo o poder no céu e na terra:
ide, pois, e instruí todas as nações.”
Nosso Senhor Jesus Cristo, Evangelho de São Mateus
“Uma coisa é, para o príncipe, servir a Deus na
qualidade de indivíduo, e outra fazê-lo na qualidade de príncipe. Como homem,
ele o serve vivendo fielmente; como rei, fazendo leis religiosas e
sancionando-as com um vigor conveniente. Os reis servem ao Senhor enquanto reis
quando fazem por sua causa o que só os reis podem fazer.”
Santo Agostinho, Carta ao Governador Bonifácio
“É necessário que o fim da multidão humana, que
é o mesmo que o do indivíduo, não seja viver segundo a virtude, mas antes,
mediante uma vida virtuosa, alcançar a fruição de Deus.”
Santo Tomás de Aquino, De regno
“[A Igreja tem em seu poder dois gládios (ou
espadas)], o gládio espiritual e o gládio temporal. Mas este último deve ser
usado para a Igreja, enquanto o primeiro deve ser usado pela Igreja. O
espiritual deve ser manejado pela mão do sacerdote; o temporal, pela mão dos
reis e dos soldados, mas segundo o império e a tolerância do sacerdote. Um
gládio deve estar sob o outro gládio, e a autoridade temporal deve ser submissa
ao poder espiritual.”
Bonifácio VIII, Unam Sanctam
“O homem é criado para louvar, prestar
reverência e servir a Deus nosso Senhor e, mediante isso, salvar sua alma; e as
outras coisas sobre a face da terra são criadas para o homem, para o ajudarem a
alcançar o fim para o qual é criado. Donde se segue que o homem há de usar
delas na mesma medida em que o ajudem a alcançar seu fim, e que ele há de
privar-se delas na mesma medida em que dele o afastem.”
Santo Inácio de Loyola, Exercícios Espirituais
“Se eu conseguir ganhar um rei, terei feito
mais pela causa de Deus do que se tivesse pregado centenas ou milhares de
missões. O que um soberano tocado pela graça de Deus pode fazer no interesse da
Igreja e das almas, milhares de missões jamais o farão.”
Santo Afonso M. de
Ligório, apud P. Berthe, S. Alphonse
“Para os povos como para os indivíduos, para as
sociedades modernas como para as sociedades antigas, para as repúblicas como
para as monarquias, não há sob o céu outro nome dado aos homens em que eles
possam ser salvos além do nome de Jesus Cristo.”
Cardeal Pie de Poitiers, Discours au Président de la République (1870)
“O Estado está para a Igreja assim como o corpo
está para alma.”
Leão
XIII, Immortale Dei
“Os que no governo dos estados pretendem
desconsiderar as leis divinas desviam o poder político de sua própria
instituição e da ordem prescrita pela própria natureza.”
Leão XIII, Libertas præstantissimum
“Na ordem das doutrinas, [o liberalismo] é
pecado grave contra a fé [...]. Na ordem dos fatos, é pecado contra os diversos
Mandamentos da Lei de Deus e de sua Igreja.”
D. Félix Sardà i
Salvany, El liberalismo es pecado
“Não, a civilização não está por inventar
[...]. Ela já existiu, ela existe: é a civilização cristã, a cidade católica. O
que falta é instaurá-la e restaurá-la sem cessar sobre seus fundamentos
naturais e divinos contra os ataques sempre renascentes da utopia malsã, da
revolta e da impiedade: Omnia instaurare in Christo.”
São Pio X, Notre charge apostolique
Pio
XI, Quas primas
“Nós percebemos a numerosa classe daqueles que
consideram os fundamentos especificamente religiosos da civilização cristã
[...] sem valor objetivo [para os dias de hoje], mas que gostariam de conservar
o brilho exterior dela para manter de pé uma ordem cívica que não poderia
passar sem tal. Corpos sem vida, acometidos de paralisia, são eles mesmos
incapazes de opor qualquer coisa às forças subversivas do ateísmo.”
Pio XII, Discurso à União Internacional das Ligas Femininas Católicas
domingo, 27 de setembro de 2020
DA IDADE DO UNIVERSO, DA TERRA, DOS ANIMAIS, DO HOMEM
Carlos Nougué
1) A questão da idade do universo é de livre disputa
a) Argumento de fé. A Comissão
Bíblica sob S. Pio X, e com seu endosso, respondeu a esta questão: “Se
na denominação e distinção dos seis dias dos quais fala o capítulo 1 do Gênesis
se pode tomar o ‘dia’ ou em sentido próprio, como um dia natural, ou em sentido
impróprio, como um espaço indeterminado de tempo, e se é lícito discutir
livremente sobre essa questão entre os exegetas”, com um “Sim”.
b) Argumento
de matéria física conexa com a fé. Na Alocução Un Ora – Sobre as Provas da Existência de Deus à Luz da
Ciência Natural Moderna, pronunciada numa audiência
solene à Academia Pontifícia de Ciências, Pio XII assume a teoria do big
bang como a mais provável; mas aceitá-la implica aceitar que a idade do universo
seja de bilhões de anos.
c) Meu argumento. De fato, a teoria do big bang parece ser verdadeiramente, hoje, a mais provável quanto ao modo como o universo veio ao tempo, o que implica a aceitação de que tenha sido criado há bilhões de anos. Mas o universo é uma imago Dei, uma imagem de Deus, e, para representar a eternidade divina, parece mais conveniente que o universo tenha tão longa idade do que se tivesse uma curta idade – assim como o fato de que o universo seja imenso é mais conveniente para representar a infinitude de Deus do que se ele fosse menor.
Objeção. Definiu o Concílio
Lateranense IV: “Deus... Criador de
todas as coisas visíveis e invisíveis, das espirituais e das corporais, por seu
próprio poder onipotente no princípio do tempo criou ao mesmo tempo e desde o
princípio todas as criaturas do nada, espirituais e corporais, a saber, anjos e
criaturas materiais, e por último o homem, constituído, por assim dizer, tanto
de espírito como de corpo”. Logo, parece que os argumentos acima não se seguem.
Solução. Note-se a aparente imprecisão da formulação: criou tudo ao mesmo tempo, mas o homem por último. Logo, “ao mesmo tempo” não quer dizer aqui “simultaneamente” no tempo, mas sim “(criar) da eternidade (que é simultânea)”; o que se reforça pela expressão “desde o princípio”. É que não temos termos para expressar perfeitamente a criação ex nihilo. – Ademais, cada alma humana é criada e infundida junto com cada união prolífica de dois gametas paternos. Assim, Deus não criou ao mesmo tempo todas as almas humanas. – Por fim, terão São Pio X e Pio XII incorrido em desvio da fé? Deve intervir aqui a chamada analogia da fé, segundo a qual o menos claro há de entender-se segundo o mais claro.
2) A questão da idade da terra
• Meu argumento. Por todo o dito quanto à questão anterior, não parece inconveniente que a terra tenha milhões ou bilhões de anos, como, aliás, por diversos indícios, parece ter efetivamente.
3) A questão da idade dos animais
• Meu argumento. Parece difícil que os animais estejam na terra há muito mais tempo que o homem. Com efeito, vemos correntemente espécies animais extinguir-se (como aliás se extinguiram os dinossauros) ou estar à beira da extinção. Ora, se os animais vivessem aqui há demasiado tempo, é provável que já não existisse a maioria das espécies, ao menos as terrestres.
4) A questão da idade do homem
a) Argumento de fé. Embora o
magistério nunca se tenha pronunciado formalmente sobre a idade do homem, as
Escrituras indicam que está na terra há cerca de sete mil anos.
b) Argumento de razão do Padre Álvaro Calderón (com o qual concordo plenamente). Se existindo há cerca de sete mil anos o homem já fez tudo quanto fez e já ocupou quase toda a terra, imagine-se o que se teria se existisse há, por exemplo, vinte mil anos (para não falar do que se teria se existisse há centenas de milhares de anos...).
Observação. Os métodos radiométricos de datação são todos de algum modo falhos, como mostrarei num apêndice a meu livro Comentário ao Apocalipse. O menos falho é o de datação por carbono-14. Mas este só tem mais precisão até seis mil anos...
terça-feira, 22 de setembro de 2020
AINDA O SOFISTA OdC
Carlos Nougué
O sofista OdC nunca diz claramente o que quer dizer, o que é próprio dos gnósticos perenialistas. Algumas coisas, pois, sobre o estrebuchamento seu a meu respeito que se lê no print abaixo.
1) Não é digno de um filósofo tratar a seus adversários por apodos injuriosos e vazios de doutrina. Mas algum, como OdC, o faz. Por isso, deve dizer-se que carece da dignidade do filósofo.
2) Todo filósofo o é justamente
porque partindo de certos princípios alcança certas conclusões. Ora, todo o que se diz filósofo
mas, como OdC, só admite como conclusivo o perceptível deixa, ipso facto, de
fazer filosofia; justamente porque o que é perceptível é evidente, e o evidente
não se demonstra, e não há filosofia sem demonstração. Logo, tal nem sequer é
filósofo.
3) Só alguém primário de inteligência
é capaz de dizer que uma coisa é a necessidade de algo e outra a realidade
deste algo. Como sabem todos os principantes em filosofia, o absolutamente
necessário é aquilo que sempre foi e nunca deixará de ser. -- Mas pode ser que
OdC não creia em tal distinção absurda, e a diga contra mim tão somente como
recurso retórico-sofístico-neurolinguístico. É que quase sempre ele atua tão
somente para o aplauso de sua pobre e manipulada galeria.
4) Ademais, e por fim, “esquece”
fingidamente OdC que eu já provei que sua doutrina sobre Deus é não só nula mas
herética: fi-lo em “Defesa da terceira via de Santo Tomás de Aquino” (in Do
Papa Herético e outros opúsculos). Só não citei ali seu nome para, digamos,
não macular a obra. Mais: no próximo ano sairão minhas Questões
Metafísicas, cujo núcleo será justamente “se as cinco vias de S. Tomás
permanecem válidas e se necessitam de algum reparo”. Creio que surpreenderão a
todos. Mas tenho certeza de que reduzirão a pó a doutrina “metafísica” de OdC,
ao pó, aliás, de onde ela nunca deveria ter saído. Mais ainda: escrevê-las-ei
outra vez sem citar seu nome...
segunda-feira, 21 de setembro de 2020
MARIA É, SIM, CORREDENTORA DO GÊNERO HUMANO
Carlos Nougué
Para que se perceba a gravidade de negar a Nossa Senhora o título de Corredentora, veja-se o que dizem, entre outros, alguns dos documentos do magistério autêntico da Igreja sobre isto.
1) Leão XIII, na Encíclica Supremi Apostolalus e na Constituição Ubi primum; e na Encíclica Iucunda semper: a Virgem SS. foi para Cristo “companheira na redenção do gênero humano”; e “esteve unida ao Filho na custosa expiação do gênero humano”.
2)
São Pio X, na Encíclica Ad diem illum: houve “comunhão de dores e de
vontade entre Maria e Cristo” para a redenção do gênero humano; e Maria, “chamada
a cooperar para a obra de Redenção dos homens, merece ‘de côngruo’, como costumam
dizer os teólogos, tudo o que Cristo nos mereceu ‘de condigno’”.
3)
Bento XV, em Inter sodalitia: a Virgem “de tal maneira padeceu e morreu
com o Filho que padecia e morria, de tal modo abdicou para a salvação dos
homens seus direitos maternos sobre o Filho, que se pode dizer com razão que
Ela redimiu com Cristo o gênero humano”.
Etc.
sábado, 19 de setembro de 2020
DEUS É TRANSCENDENTE A TODAS AS SÉRIES DE COISAS CRIADAS
Carlos Nougué
Escreveu
Santo Tomás de Aquino: “Há uma primazia que se mantém dentro do mesmo gênero e
que se exprime pelo comparativo ou pelo superlativo; outra há que ultrapassa o
próprio gênero e que se exprime mercê da partícula super” (Div. nom., c.
4 1. 5; cf. De pot., q. 7, a. 7, ad 2-3; Summa Theol., I, q. 4,
a. 3, ad 1). Trata-se, por antonomásia, do caso de Deus, que é o primeiro da
série de moventes, de generantes, etc., mas estando além dessas próprias séries:
é-lhes de todo transcendente. Por isso mesmo, aliás, é que o mundo poderia ter
sido criado desde sempre, sem que isso implicasse – falando propriamente –
coeternidade com o criador: porque, com efeito, “Deus é anterior ao mundo em
duração. Mas este anterior não designa prioridade de tempo, senão de eternidade”
(Tomás de Aquino, Summa Theol., I, q. 46, a. 1, ad 8). –Tudo isto se
encontra aprofundado em meu “Se se contradiz Santo Tomás ao pôr que não repugna
ao intelecto que o mundo tivesse existido desde sempre” (in Do Papa Herético
e outros opúsculos).
quinta-feira, 17 de setembro de 2020
RESPOSTA A UMA QUESTÃO METAFÍSICA
Carlos Nougué
Um aluno da Escola Tomista
perguntou-me o seguinte:
“Ao ler De L’Acte de
Lavelle, percebi que ele afirma que o Ser é idêntico ao Ato de Ser próprio que
o produz, e que o Ser que está sendo é Ato de Ser. O senhor poderia, por favor,
discorrer um pouco sobre se isso cai na ocultação do Ato de Ser listada por
Fabro? Pois me surgiu a dúvida de se de fato Lavelle cai nesse problema”.
Minha resposta:
“Conheço muito bem a obra de
Lavelle (traduzi milhares de páginas suas), sobre a qual falarei no ponto da
História da Filosofia. Pois bem, embora de modo geral sua obra seja
confusíssima, ele, digamos, “quase” acerta aqui. Quanto a Fabro, acerta bem
mais, muito mais, mas peca por rigorismo terminológico. Dou-lhe aqui, portanto,
em resumo, a metafísica tomista quanto ao ser.
1) A distinção entre essentia
(essência) e existentia (existência) é evidente para todos (como diz
Fabro, como que se toca com o dedo), mas é só de razão.
2) Por seu lado, a distinção
entre essentia e esse vel actus essendi (ser ou ato de ser,
termos sinônimos) só é evidente para os sapientíssimos, mas é real (tão real
como a distinção entre matéria e forma).
3) Esta última distinção (entre
essência e ser ou ato de ser) é a que funda a primeira (entre essência e
existência), e nos leva a distinguir, por outro lado, entre o ens per
participationem (ente por participação) e o ens per essentiam vel Esse
per se (ente por essência ou Ser por si): ou seja, entre as criaturas, que
recebem o ser ou ato de ser por participação do Criador, e Deus, que participa
às criaturas o ser ou ato de ser ao criá-las.
4) O ser ou ato de ser é a razão própria do objeto da criação divina. Mas atenção: Deus não dá um ‘pedaço de seu ser’ às
criaturas (isso seria panteísmo, ou antes panenteísmo), senão que, ao criá-las,
cria com elas o chamado esse communis (o ser comum ou geral).
5) Não devemos usar o verbo existir
para Deus. Isso é assim porque existir quer dizer ‘provir de, provir de
causa ou de causas’. Mas Deus é incausado. Logo, Deus não ‘existe’; Deus é.
Observação 1: no entanto, para
principiantes, pode-se usar existir, existência para Deus,
enquanto tais principiantes não alcançam a Metafísica – embora eu prefira,
quase sempre, não fazê-lo.
Observação 2: Note-se, ademais,
que nas criaturas a existência é o ser em ato permitido pelo ato
de ser participado por Deus. Em Deus, porém, ser em ato e ato de
ser são exatamente o mesmo. E é isso o que Lavelle não consegue alcançar”.