“Arrancando-se-lhe a máscara, pergunte-se à Revolução: ‘Quem
és tu?’, e ela dirá: ‘Eu não sou o que pensam. Muitos falam de mim e poucos me
conhecem. Não sou o carbonarismo, nem o motim, nem a troca da monarquia pela
república, nem a substituição de uma monarquia por outra, nem a perturbação
momentânea da ordem pública. Eu não sou os latidos dos jacobinos, nem os
furores de Montaigne, nem a guerrilha, nem a pilhagem, nem o incêndio, nem a reforma agrária, nem a guilhotina, nem as execuções. Não sou
Marat, nem Robespierre, nem Babeuf, nem Mazzini, nem Kassuth. Esses homens são
filhos meus, mas não eu. Essas coisas são obras minhas, mas não eu. Esses
homens e essas coisas são passageiros, mas eu sou permanente. Eu sou o ódio a
toda ordem que não tenha sido estabelecida pelo homem e em que ele não seja ao
mesmo tempo rei e deus. Sou a proclamação dos direitos do homem sem respeito
pelos direitos de Deus. Sou Deus destronado e o homem posto em seu lugar. Eis
por que me chamo Revolução, eis por que me chamo Subversão”.