Carlos Nougué
O vídeo que verão abaixo (Desvendando o Mistério da Vida: a causa científica do projeto inteligente) é uma magnífica forma de
divulgação do trabalho do bioquímico norte-americano Michael Behe (hoje com 64
anos), trabalho que se pode cifrar em sua conclusão principal: a vida é resultado de um design ou projeto inteligente.
Como se verá no vídeo, a
Michael Behe e a seus colaboradores ainda falta uma perfeita assimilação da
filosofia aristotélico-tomista e em especial de sua doutrina das quatro causas
(eficiente, material, formal e final) para que seu trabalho alcance a estatura
completa da ciência. Com efeito, no início do vídeo se vê que ainda não dominam
a distinção entre espécie e raça; depois, que chamam causas naturais a causas casuais
ou ocasionais; etc. Mas também se verá por que devemos um preito de
agradecimento a Michael Behe: com seu trabalho, e apesar das lacunas apontadas,
o nosso bioquímico amplia as possibilidades científicas de não deixar pedra sobre pedra do evolucionismo darwiniano, esse mito anticristão que é talvez o principal fundamento do ateísmo moderno. Com efeito, depois de A Caixa-Preta de Darwin, de Behe,
persistir sem questionamento na defesa do darwinismo, ainda em sua forma mitigada (o
neodarwinismo), reduz-se ao puramente ideológico. Mas Behe vai além: aproxima-se
já do aristotelismo e sua doutrina das quatro causas, e diz, ao final do vídeo,
algo precioso: “A teoria do design inteligente
não tem premissas religiosas” – o que é perfeito, ao contrário do que pretendem as
correntes protestantes e católicas que querem fundar a Biologia mais ou menos diretamente
na Bíblia –, “mas tem, sim, implicações religiosas”. Aproxima-se, assim, da
real relação entre as ciências cujos princípios são alcançáveis pela só luz da
razão e a Teologia Sagrada, cujos princípios não se alcançam de modo algum pela
luz da razão e nos são revelados.