• Tanto na Roma antiga como em Atenas, a imensa maioria da população era constituída
de escravos. Durante toda a sua história, o islã praticou o tráfico maciço de escravos.
Na Europa, ressurge a escravidão quando no fim da Idade Média o espírito cristão
se enfraquece.
• Mas declarara São Paulo: “Já não há livre nem escravo”. A partir desse
momento, sem revolução nem agitações, a caridade cristã começou a dissolver a
escravidão. Os cristãos libertaram seus escravos. Na França, a rainha Santa
Bathilde (626-680) consagrou a interdição da escravidão.
• Lentamente mas seguramente, com efeito, a Igreja fez que se abolisse a
escravidão, não porém revoltando ou sublevando os escravos, mas dando o
espírito cristão a seus senhores. Ecoavam outras palavras de São Paulo: “Não os
trateis com ameaças, sabendo que tendes uns e outros no céu um mestre comum,
diante do qual não há acepção de pessoa”.
• Hermes, então, prefeito de Roma sob Trajano, libertou seus 1.250 escravos
no dia de seu batismo. Santo Ovídio libertou 5.000 escravos, Santa Melânia
8.000, etc.
• O Papa São Símaco († 514) resgatou e libertou os escravos da Ligúria. Do
mesmo modo, São Gregório Magno († 604) e São Zacarias († 752) pagaram o resgate
de escravos até na África.
• Durante esse tempo, milhões de cristãos
foram reduzidos à escravidão pelos muçulmanos de Argel, de Túnis, etc. Os religiosos
Trinitários (fundados em 1198 por São João de Matha) e os religiosos Mercedários
(fundados em 1218 por São Pedro Nolasco) dedicaram-se a libertá-los.
• São Pedro Pascal (bispo de Jaén) entregou
todos os seus bens e depois sua própria pessoa para resgatar os cativos dos
turcos. Fiéis pagaram seu resgate, mas ele preferiu empregá-lo na libertação
das mulheres e das crianças, e morreu cativo em 1300.
• Em pleno Renascimento do espírito pagão
(século XV e XVI), os papas Paulo III (20 de maio de 1537) e Urbano VIII (22 de
abril de 1639) opuseram-se firmemente à escravidão dos ameríndios.
• Muitos papas condenaram igualmente o
tráfico dos negros: Eugênio IV (13 de janeiro de 1435), Pio II (7 de outubro de
1462), Paulo III (2 de junho de 1537), Inocêncio XI (1683), Pio VII (1815),
etc.
• Numerosos padres ajudaram os escravos
negros, notadamente São Pedro Claver (†1654), que acrescentou a seus votos
religiosos o de consagrar sua vida inteira ao serviço dos escravos, e não hesitou
em assinar: “Pedro Claver, escravo dos negros para sempre”.