Sobretudo pela ação do arcebispo Dom José Pereira da Silva Barros,
capelão-mor de Dom Pedro II, e que viria a ser conhecido como o “Bispo Abolicionista”,
a Igreja Católica foi um dos principais atores da abolição da escravatura no
Brasil. Com efeito, em 1887 Dom José, desde sempre abolicionista e muito ligado
tanto ao Papa Pio IX como ao Papa Leão XIII, anunciou que a abolição da
escravidão no Brasil seria “um bom presente ao Papa”. A Dom José Pereira, seguiram-se
na defesa da causa abolicionista o arcebispo da Bahia e o de São Paulo; e Dom
José Pereira, por sua luta a favor da abolição da escravatura, foi das poucas pessoas
homenageadas publicamente por Dom Pedro II e por Dona Isabel. Recebeu destes o
título de Conde de Santo Agostinho, o qual ele não teve dinheiro para retirar, por
ser, como disse ele mesmo, um homem pobre. Com efeito, Dom José tornara-se
célebre em sua cidade natal por ter doado para obras de caridade toda a fortuna
herdada de sua família.
Rodrigo Augusto da Silva, em sua defesa da Lei Áurea na Câmara Geral, citou a Igreja Católica como um dos motores da abolição da escravatura.