Santo Agostinho por
um tempo deu ouvidos ao chamado “milênio sabático” (cf. Sermão 259). Ele porém
se retrata na Cidade de Deus (7, §
1), onde passa a tratar o quiliasmo ou milenarismo como “fábulas ridículas”.
Doravante, interpretará a “Primeira ressureição” segundo João V, 25-20 (cf. Cidade de Deus 6). Os “Mil Anos” são uma
cifra redonda ou simbólica do reino espiritual da Igreja, inaugurada pelo
Primeiro Advento do Salvador. Os “Tronos” (Apocalipse XX) são os dos chefes da
Igreja, pois os santos reinam já, razão por que a Igreja se chama o Reino dos
Céus. Os que “não adoraram a Besta” são todos os verdadeiros fiéis, vivos ou já
mortos. Satã é acorrentado no “Abismo”, ou seja, no coração dos infiéis, porque
ele já não pode seduzir as nações católicas. Será desacorrentado no fim por um
tempo muito curto (três anos e meio), que ainda fazem parte dos Mil Anos (cf. Cidade de Deus, XX, 8, 9, 11 e 13). A
Jerusalém Celeste, ou Cidade de Deus, estabelecida pela Graça, desceu do Céu quando
o Espírito Santo foi enviado; o batismo faz aumentar dia a dia o número de seus
cidadãos, até que ela seja perfeitamente glorificada após o Juízo Final.