quarta-feira, 26 de setembro de 2012
terça-feira, 25 de setembro de 2012
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Plan de la « Somme de théologie » de saint Thomas
A tradução francesa da Suma
Teológica de Santo Tomás que
se publica aqui (em vários arquivos sucessivos) é de longe a melhor entre as
feitas a quaisquer línguas. Mas é desigual, sobretudo no tocante a conceitos
tão capitais como ente e ser. Atenção, pois,
sobretudo a eles: a ens, entis há de corresponder ente (em francês l’étant); a esse, ser (em francês l’être).
Pode-se por vezes, sim, fazer equivaler esse a existir e existência (em francês exister e l’existence) se de algum modo se responde a an sit; mas tão somente neste
caso, e nem sempre. Ademais, atente-se a que existência (em francês l’existence)
não constitui par de opostos com essência (em francês l’essence); o
que constitui par de opostos com essência é (o) ser (em francês l’être),
ordenando-se aquela a este como potência a ato. E, com efeito, é o esse (o ser, l’être) o ato dos atos.
C. N.
domingo, 23 de setembro de 2012
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
HUMANI GENERIS — PIO XII
CARTA ENCÍCLICA DO
PAPA PIO XII
HUMANI GENERIS
SOBRE OPINIÕES FALSAS
QUE AMEAÇAM A DOUTRINA CATÓLICA
A nossos veneráveis irmãos os
Patriarcas, Primazes, Arcebispos e Bispos e demais Ordinários locais em paz e
comunhão com a Sé Apostólica
INTRODUÇÃO
1. As dissensões e erros do gênero humano em
questões religiosas e morais têm sido sempre fonte e causa de intensa dor para
todas as pessoas de boa vontade e, principalmente, para os filhos fiéis e
sinceros da Igreja; mas, de maneira especial, o continuam sendo hoje em dia,
quando vemos combatidos até os próprios princípios da cultura cristã.
2. Não é de admirar que haja constantemente
discórdias e erros fora do redil de Cristo. Pois, embora possa realmente a
razão humana com suas forças e sua luz natural chegar de forma absoluta ao
conhecimento verdadeiro e certo de Deus, único e pessoal, que sustém e governa
o mundo com sua providência, bem como ao conhecimento da lei natural, impressa
pelo Criador em nossas almas, entretanto, não são poucos os obstáculos que
impedem a razão de fazer uso eficaz e frutuoso dessa sua capacidade natural. De
fato, as verdades que se referem a Deus e às relações entre os homens e Deus
transcendem por completo a ordem dos seres sensíveis e, quando entram na
prática da vida e a enformam, exigem o sacrifício e a abnegação própria. Ora, o
entendimento humano encontra dificuldades na aquisição de tais verdades, já
pela ação dos sentidos e da imaginação, já pelas más inclinações, nascidas do
pecado original. Isso faz com que os homens, em semelhantes questões,
facilmente se persuadam de ser falso e duvidoso o que não querem que seja
verdadeiro.
3. Por isso deve-se defender que a revelação
divina é moralmente necessária para que, mesmo no estado atual do gênero
humano, todos possam conhecer com facilidade, com firme certeza e sem nenhum
erro, as verdades religiosas e morais que não são por si inacessíveis à
razão.(1)
4. Ademais, por vezes, pode a mente humana
encontrar dificuldade mesmo para formar juízo certo sobre a credibilidade da fé
católica, não obstante os múltiplos e admiráveis indícios externos ordenados
por Deus para se poder provar certamente, por meio deles, a origem divina da
religião cristã, exclusivamente com a luz da razão. Isso ocorre porque o homem,
levado por preconceitos, ou instigado pelas paixões e pela má vontade, não só
pode negar a evidência desses sinais externos, mas também resistir às
inspirações sobrenaturais que Deus infunde em nossas almas.
I. FALSAS DOUTRINAS ATUALMENTE EM VOGA
terça-feira, 11 de setembro de 2012
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
“Apologia”, de Tertuliano
C. N.
É inquestionável a
importância de Tertuliano (Cartago, c. 160-c. 220 d.C.) na história do Cristianismo, assim como é
inquestionável a importância do texto seu que publicamos aqui (e o fazemos tal
qual se encontra na fonte de onde o extraímos
[http://agnusdei.50webs.com/apolt0.htm], incluindo a apresentação do
responsável pelo site). Não podemos
porém deixar de assinalar que, desgraçadamente, ao final de sua vida, o grande
apologista se tornou cismático. Qualquer boa história da Igreja o mostrará.
Repita-se, porém: é
magnífico o texto que ora publicamos.
*
* *
TERTULIANO
APOLOGIA
Translated by
José Fernandes VIDAL & Luiz Fernando Karps
PASQUOTTO
Certamente esta é a obra mais importante de
Tertuliano, escrita no ano 197 e dirigida aos governantes do Império Romano.
Tertuliano nasceu em Cartago no ano 155 dC e aí exercia sua profissão de
advogado quando, em 193, converteu-se ao Cristianismo, passando a exercer
também a atividade de catequista junto à Igreja.
Sua inteligência e sólida formação jurídica foram
claramente demonstradas nesta obra, em que defende os cristãos, apelando por
seu direito de liberdade religiosa, perante o Império Romano cruel e
perseguidor. Seus argumentos são expostos de forma lógica e polêmica, visando o
convencimento das autoridades a quem é dirigida, questionando a “justiça”
aplicada contra os cristãos, transportando a apologética do terreno filosófico
para o jurídico.
“Com admirável habilidade, Tertuliano censura os
processos jurídicos, em voga, do Poder do Estado ‘gentio’ contra os cristãos: é
suficiente o crime do ‘nomem christianum’ (=nome ‘cristão’), para acarretar a
condenação. A todos os criminosos concede-se o direito de defesa; aos cristãos,
não. Àqueles, a tortura tenta arrancar uma confissão; aos cristãos, uma
apostasia. As suspeitas iníquas espalhadas contra os cristãos, Tertuliano as
repele como mentiras, expondo, em contraposição, o essencial concernente à fé
cristã e à vida das comunidades. Concluindo, declara ser o Cristianismo uma
filosofia; mas os filósofos gentios não são obrigados, como os cristãos, a
sacrificar e podem até negar os deuses impunemente. Todavia, as crueldades
gentílicas não prejudicarão os cristãos; ao contrário, ‘o sangue dos cristãos é
como semente que brota’“ (B.Altaner/A.Stuiber).
“Raramente um discurso de defesa cristão conhecera
semelhante precisão de argumentos jurídicos, semelhante rudeza de ironia,
semelhantes aspereza de lógica, onde os argumentos são desferidos como golpes
certeiros, as fórmulas marteladas, os dilemas inelutáveis, sem concessões à
posição dos poderes públicos ou dos filósofos. Para ele [Tertuliano] não basta
convencer o adversário: arrasa-o, pisa-o, humilha-o” (A.Hamman).
Agradeço aos caríssimos amigos e irmãos na fé, José
Fernandes Vidal (já falecido) (cc 1-30) e Luiz Fernando Karps Pasquotto (cc
31-35), por dedicarem voluntariamente muito de seu tempo na árdua tarefa de
tradução desta obra, para que se tornasse acessível a todos, em nossa língua,
através da Internet. Que Deus o abençoe!
* * *
·
Capítulo I - “A Verdade só deseja uma coisa dos governantes
da Terra: não ser condenada sem ser conhecida”
·
Capítulo II - “Se a lei proíbe que alguém seja condenado sem
defesa, por que este direito é negado aos cristãos?”
·
Capítulo III - “O pai, que costumava ser tão paciente, deserda
o filho, agora obediente. Constitui grave ofensa alguém reformar sua vida por
causa do nome detestável de ‘cristão’...”
·
Capítulo IV - “Vemos nossos perseguidores cometendo os mesmos
crimes de que nos acusam à luz do dia. Como também são culpados dos crimes de
que somos acusados sem sentido, são merecedores de castigo e caem no ridículo”
·
Capítulo V - “Que qualidade de leis são essas que somente os
ímpios e injustos, os vis, os sanguinários, os sem sentimentos, os insanos,
executam contra nós?”
·
Capítulo VI - “Estais sempre louvando os tempos antigos e,
contudo, a cada dia aceitais novidades em vosso modo de vida”
·
Capítulo VII - “Somos acusados de realizar um rito sagrado no
qual imolamos uma criancinha e então a comemos; e, após o banquete, praticamos
incesto e nos entregamos a nossas ímpias luxúrias na imoralidade da escuridão”
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Capítulo VIII - “O que fazer se houver cristãos sem parentes
cristãos? Não será tido, então, por um verdadeiro seguidor de Cristo, quem não
tiver um irmão ou um filho?”
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Capítulo IX - “As duas cegueiras caminham juntas. Aqueles que
não vêem o que acontece, pensam que vêem o que não acontece”
·
Capítulo X - “Vós nos acusais: ‘Não adorais os deuses e não
ofereceis sacrifícios aos imperadores’“
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Capítulo XI - “Já que não ousais negar que essas vossas
divindades foram homens e deveis aceitar que foram elevadas à divindade após
sua morte, examinemos no que isso implica”
·
Capítulo XII - “Não fazemos certamente injúrias àqueles que
estamos certos de serem nulidades. O que não existe está em sua inexistência
livre do sofrimento”
·
Capítulo XIII - “Constatando que apenas adorais um ou outro
deus, certamente ofendeis àqueles que não adorais. Não podeis dar preferência a
um sem desprezar o outro, pois a seleção de um implica na rejeição do outro”
·
Capítulo XIV - “Voltando a vossos livros dos quais tirais
vossos ensinamentos de sabedoria e os nobres deveres da vida, que coisas
ridículas ali encontro...”
·
Capítulo XV - “É certamente entre os devotos de vossa religião
que sempre se encontram os perpetradores de sacrilégios; porque os cristãos não
entram em vossos templos nem mesmo durante o dia”
·
Capítulo XVII - “O objeto de nossa adoração é um Único Deus que,
por sua palavra de ordem, sua sabedoria ordenadora, seu poder Todo-Poderoso,
tirou do nada toda a matéria de nosso mundo”
·
Capítulo XVIII - “Um dia, tais coisas foram para nós, também,
tema de ridículo. Nós somos de vossa geração e natureza: os homens se tornam,
não nascem cristãos!”
·
Capítulo XIX - “Vossos próprios deuses, vossos próprios tempos,
oráculos e ritos sagrados são menos antigos do que a palavra de um único
profeta”
·
Capítulo XX - “Tudo aquilo que vos cerca, estou na vossa dianteira
anunciando. Tudo o que vos cerca e agora vedes foi previamente anunciado. Tudo
o que agora vedes já foi anteriormente predito aos ouvintes humanos”
·
Capítulo XXI - “Além da questão da idade, não concordamos com
os judeus em suas particularidades com respeito à alimentação, aos dias
sagrados, nem mesmo no seu bem conhecido sinal da circuncisão, nem no uso de um
nome comum”
·
Capítulo XXII - “Também afirmamos, com certeza, a existência de
certos seres espirituais, cujos nomes não vos são desconhecidos”
·
Capítulo XXIII - “Zombai como gostais de fazer, mas juntai-vos
aos demônios, se assim quereis, em vossas zombarias. Que eles neguem que Cristo
virá para julgar cada alma humana que já existiu”
·
Capítulo XXIV - “Se está claro que vossos deuses não existem,
não há religião, no caso. Se não existe religião, somos certamente inocentes de
qualquer ofensa contra a religião”
·
Capítulo XXV - “Mas que loucura agora é atribuir a grandeza do
nome romano aos méritos da religião, já que foi depois que Roma se tornou um
Império que a religião que ela professa promoveu seu progresso!”
·
Capítulo XXVI - “A Roma de simplicidade rural dos tempos
primitivos é mais velha do que muitos de seus deuses. Ela reinou antes que seu
orgulhoso e imenso Capitólio fosse construído”
·
Capítulo XXVII - “Porque, embora todo o poder dos demônios e maus
espíritos nos esteja sujeito, contudo, como escravos, indispostos muitas vezes,
estão cheios de medo: assim são eles também”
·
Capítulo XXVIII - “Entre vós, o povo também jura falso mais
facilmente pelo nome de todos os deuses, do que pelo nome do supremo Imperador”
·
Capítulo XXIX - “Mas sois ímpios a tal ponto que procurais a
divindade onde não está, que a procurais naqueles que não a possuem”
·
Capítulo XXX - “Que o imperador faça guerra ao céu, que leve o
céu cativo em seu triunfo, que ponha guardas no céu, que imponha taxas ao céu!
Ele não pode!”
·
Capítulo XXXI - “Aquele de vós que pensa que não nos importamos
com o bem-estar de César, investigue as revelações de Deus, examine nossos
livros sagrados, os quais nós não escondemos e que por muitas maneiras acabam
parando nas mãos daqueles que não são dos nossos”
·
Capítulo XXXII - “Enquanto nos recusamos jurar pelo gênio de
César, nós juramos por sua segurança, a qual é muito mais importante que todo
seu gênio. São vocês ignorantes do fato de que esses gênios são chamados
“Daimones”, e que o diminutivo “Daimonia” é aplicado a eles?”
·
Capítulo XXXIII - “Nunca irei chamar o imperador de Deus, e isso
porque não está em mim ser culpado de falsidade; ou porque eu não me atrevo a
expô-lo ao ridículo; ou porque ele mesmo não desejará ter esse alto nome a ele
aplicado. Se ele é somente um homem, é do seu interesse como homem dar a Deus
seu alto posto”
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Capítulo XXXIV - “Cessem também de atribuir o nome sagrado àquele
que necessita de Deus. Se essa adulação mentirosa não é vergonhosa, chamando
divino um homem, deixe que ele tenha pavor pelo menos do mau presságio o qual
ele suporta”
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Capítulo XXXV - “Se não estou enganado, os senadores eram
romanos; isto é, eles não eram cristãos. Ainda todos eles, na véspera de suas
traições, ofereceram sacrifícios pela vida do imperador, e juraram por ele; uma
coisa em profissão e outra em seus corações; e eles tinham o hábito de
denominar os cristãos de inimigos do Estado”
·
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