segunda-feira, 24 de setembro de 2012

SOMME THÉOLOGIQUE Ia. Pars (2)

SOMME THÉOLOGIQUE Ia. Pars (1)

Plan de la « Somme de théologie » de saint Thomas


A tradução francesa da Suma Teológica de Santo Tomás que se publica aqui (em vários arquivos sucessivos) é de longe a melhor entre as feitas a quaisquer línguas. Mas é desigual, sobretudo no tocante a conceitos tão capitais como ente e ser. Atenção, pois, sobretudo a eles: a ens, entis há de corresponder ente (em francês l’étant); a esse, ser (em francês l’être). Pode-se por vezes, sim, fazer equivaler esse a existir e existência (em francês exister e l’existence) se de algum modo se responde a an sit; mas tão somente neste caso, e nem sempre. Ademais, atente-se a que existência (em francês l’existence) não constitui par de opostos com essência (em francês l’essence); o que constitui par de opostos com essência é (o) ser (em francês l’être), ordenando-se aquela a este como potência a ato. E, com efeito, é o esse (o ser, l’être) o ato dos atos.     


C. N.




Sancti Thomae de Aquino, “De articulis Fidei et Ecclesiae sacramentis ad archiepiscopum Panormitanum” (latin/français)

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

“La Lumière et la Foi” – R. P. Éd. Hugon O.P.

“Question disputée sur les créatures spirituelles” – Saint Thomas d’Aquin

“Itinerario espiritual siguiendo a Santo Tomás en su Suma Teológica” – Monseñor Marcel Lefebvre

“Le Mystère de la Rédemption” – R. P. Éd. Hugon O.P.

Selectæ S. Gregorii Magni Homiliæ

HUMANI GENERIS — PIO XII


CARTA ENCÍCLICA DO
PAPA PIO XII

HUMANI GENERIS

SOBRE OPINIÕES FALSAS
QUE AMEAÇAM A DOUTRINA CATÓLICA

     A nossos veneráveis irmãos os Patriarcas, Primazes, Arcebispos e Bispos e demais Ordinários locais em paz e comunhão com a Sé Apostólica 

INTRODUÇÃO

1. As dissensões e erros do gênero humano em questões religiosas e morais têm sido sempre fonte e causa de intensa dor para todas as pessoas de boa vontade e, principalmente, para os filhos fiéis e sinceros da Igreja; mas, de maneira especial, o continuam sendo hoje em dia, quando vemos combatidos até os próprios princípios da cultura cristã.
2. Não é de admirar que haja constantemente discórdias e erros fora do redil de Cristo. Pois, embora possa realmente a razão humana com suas forças e sua luz natural chegar de forma absoluta ao conhecimento verdadeiro e certo de Deus, único e pessoal, que sustém e governa o mundo com sua providência, bem como ao conhecimento da lei natural, impressa pelo Criador em nossas almas, entretanto, não são poucos os obstáculos que impedem a razão de fazer uso eficaz e frutuoso dessa sua capacidade natural. De fato, as verdades que se referem a Deus e às relações entre os homens e Deus transcendem por completo a ordem dos seres sensíveis e, quando entram na prática da vida e a enformam, exigem o sacrifício e a abnegação própria. Ora, o entendimento humano encontra dificuldades na aquisição de tais verdades, já pela ação dos sentidos e da imaginação, já pelas más inclinações, nascidas do pecado original. Isso faz com que os homens, em semelhantes questões, facilmente se persuadam de ser falso e duvidoso o que não querem que seja verdadeiro.
3. Por isso deve-se defender que a revelação divina é moralmente necessária para que, mesmo no estado atual do gênero humano, todos possam conhecer com facilidade, com firme certeza e sem nenhum erro, as verdades religiosas e morais que não são por si inacessíveis à razão.(1)
4. Ademais, por vezes, pode a mente humana encontrar dificuldade mesmo para formar juízo certo sobre a credibilidade da fé católica, não obstante os múltiplos e admiráveis indícios externos ordenados por Deus para se poder provar certamente, por meio deles, a origem divina da religião cristã, exclusivamente com a luz da razão. Isso ocorre porque o homem, levado por preconceitos, ou instigado pelas paixões e pela má vontade, não só pode negar a evidência desses sinais externos, mas também resistir às inspirações sobrenaturais que Deus infunde em nossas almas.

I. FALSAS DOUTRINAS ATUALMENTE EM VOGA

Commentaire de Saint Thomas d'Aquin aux huit livres de la “Physique” d’Aristote

Catecismo de la Realeza Social de Jesucristo

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Obra Completa de Santo Agostinho em seis idiomas



“La predestinación de los santos y la gracia” – Garrigou-Lagrange O.P.

“Apologia”, de Tertuliano


C. N.

É inquestionável a importância de Tertuliano (Cartago, c. 160-c. 220 d.C.) na história do Cristianismo, assim como é inquestionável a importância do texto seu que publicamos aqui (e o fazemos tal qual se encontra na fonte de onde o extraímos [http://agnusdei.50webs.com/apolt0.htm], incluindo a apresentação do responsável pelo site). Não podemos porém deixar de assinalar que, desgraçadamente, ao final de sua vida, o grande apologista se tornou cismático. Qualquer boa história da Igreja o mostrará.
Repita-se, porém: é magnífico o texto que ora publicamos.

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TERTULIANO

APOLOGIA


Translated by
José Fernandes VIDAL & Luiz Fernando Karps PASQUOTTO

Certamente esta é a obra mais importante de Tertuliano, escrita no ano 197 e dirigida aos governantes do Império Romano. Tertuliano nasceu em Cartago no ano 155 dC e aí exercia sua profissão de advogado quando, em 193, converteu-se ao Cristianismo, passando a exercer também a atividade de catequista junto à Igreja.
Sua inteligência e sólida formação jurídica foram claramente demonstradas nesta obra, em que defende os cristãos, apelando por seu direito de liberdade religiosa, perante o Império Romano cruel e perseguidor. Seus argumentos são expostos de forma lógica e polêmica, visando o convencimento das autoridades a quem é dirigida, questionando a “justiça” aplicada contra os cristãos, transportando a apologética do terreno filosófico para o jurídico.
“Com admirável habilidade, Tertuliano censura os processos jurídicos, em voga, do Poder do Estado ‘gentio’ contra os cristãos: é suficiente o crime do ‘nomem christianum’ (=nome ‘cristão’), para acarretar a condenação. A todos os criminosos concede-se o direito de defesa; aos cristãos, não. Àqueles, a tortura tenta arrancar uma confissão; aos cristãos, uma apostasia. As suspeitas iníquas espalhadas contra os cristãos, Tertuliano as repele como mentiras, expondo, em contraposição, o essencial concernente à fé cristã e à vida das comunidades. Concluindo, declara ser o Cristianismo uma filosofia; mas os filósofos gentios não são obrigados, como os cristãos, a sacrificar e podem até negar os deuses impunemente. Todavia, as crueldades gentílicas não prejudicarão os cristãos; ao contrário, ‘o sangue dos cristãos é como semente que brota’“ (B.Altaner/A.Stuiber).
“Raramente um discurso de defesa cristão conhecera semelhante precisão de argumentos jurídicos, semelhante rudeza de ironia, semelhantes aspereza de lógica, onde os argumentos são desferidos como golpes certeiros, as fórmulas marteladas, os dilemas inelutáveis, sem concessões à posição dos poderes públicos ou dos filósofos. Para ele [Tertuliano] não basta convencer o adversário: arrasa-o, pisa-o, humilha-o” (A.Hamman).
Agradeço aos caríssimos amigos e irmãos na fé, José Fernandes Vidal (já falecido) (cc 1-30) e Luiz Fernando Karps Pasquotto (cc 31-35), por dedicarem voluntariamente muito de seu tempo na árdua tarefa de tradução desta obra, para que se tornasse acessível a todos, em nossa língua, através da Internet. Que Deus o abençoe!

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·          Capítulo I - “A Verdade só deseja uma coisa dos governantes da Terra: não ser condenada sem ser conhecida”
·          Capítulo II - “Se a lei proíbe que alguém seja condenado sem defesa, por que este direito é negado aos cristãos?”
·          Capítulo III - “O pai, que costumava ser tão paciente, deserda o filho, agora obediente. Constitui grave ofensa alguém reformar sua vida por causa do nome detestável de ‘cristão’...”
·          Capítulo IV - “Vemos nossos perseguidores cometendo os mesmos crimes de que nos acusam à luz do dia. Como também são culpados dos crimes de que somos acusados sem sentido, são merecedores de castigo e caem no ridículo”
·          Capítulo V - “Que qualidade de leis são essas que somente os ímpios e injustos, os vis, os sanguinários, os sem sentimentos, os insanos, executam contra nós?”
·          Capítulo VI - “Estais sempre louvando os tempos antigos e, contudo, a cada dia aceitais novidades em vosso modo de vida”
·          Capítulo VII - “Somos acusados de realizar um rito sagrado no qual imolamos uma criancinha e então a comemos; e, após o banquete, praticamos incesto e nos entregamos a nossas ímpias luxúrias na imoralidade da escuridão”
·          Capítulo VIII - “O que fazer se houver cristãos sem parentes cristãos? Não será tido, então, por um verdadeiro seguidor de Cristo, quem não tiver um irmão ou um filho?”
·          Capítulo IX - “As duas cegueiras caminham juntas. Aqueles que não vêem o que acontece, pensam que vêem o que não acontece”
·          Capítulo X - “Vós nos acusais: ‘Não adorais os deuses e não ofereceis sacrifícios aos imperadores’“
·          Capítulo XI - “Já que não ousais negar que essas vossas divindades foram homens e deveis aceitar que foram elevadas à divindade após sua morte, examinemos no que isso implica”
·          Capítulo XII - “Não fazemos certamente injúrias àqueles que estamos certos de serem nulidades. O que não existe está em sua inexistência livre do sofrimento”
·          Capítulo XIII - “Constatando que apenas adorais um ou outro deus, certamente ofendeis àqueles que não adorais. Não podeis dar preferência a um sem desprezar o outro, pois a seleção de um implica na rejeição do outro”
·          Capítulo XIV - “Voltando a vossos livros dos quais tirais vossos ensinamentos de sabedoria e os nobres deveres da vida, que coisas ridículas ali encontro...”
·          Capítulo XV - “É certamente entre os devotos de vossa religião que sempre se encontram os perpetradores de sacrilégios; porque os cristãos não entram em vossos templos nem mesmo durante o dia”
·          Capítulo XVI - “Não podemos de boa vontade deixar passar nenhum boato contra nós sem refutação”
·          Capítulo XVII - “O objeto de nossa adoração é um Único Deus que, por sua palavra de ordem, sua sabedoria ordenadora, seu poder Todo-Poderoso, tirou do nada toda a matéria de nosso mundo”
·          Capítulo XVIII - “Um dia, tais coisas foram para nós, também, tema de ridículo. Nós somos de vossa geração e natureza: os homens se tornam, não nascem cristãos!”
·          Capítulo XIX - “Vossos próprios deuses, vossos próprios tempos, oráculos e ritos sagrados são menos antigos do que a palavra de um único profeta”
·          Capítulo XX - “Tudo aquilo que vos cerca, estou na vossa dianteira anunciando. Tudo o que vos cerca e agora vedes foi previamente anunciado. Tudo o que agora vedes já foi anteriormente predito aos ouvintes humanos”
·          Capítulo XXI - “Além da questão da idade, não concordamos com os judeus em suas particularidades com respeito à alimentação, aos dias sagrados, nem mesmo no seu bem conhecido sinal da circuncisão, nem no uso de um nome comum”
·          Capítulo XXII - “Também afirmamos, com certeza, a existência de certos seres espirituais, cujos nomes não vos são desconhecidos”
·          Capítulo XXIII - “Zombai como gostais de fazer, mas juntai-vos aos demônios, se assim quereis, em vossas zombarias. Que eles neguem que Cristo virá para julgar cada alma humana que já existiu”
·          Capítulo XXIV - “Se está claro que vossos deuses não existem, não há religião, no caso. Se não existe religião, somos certamente inocentes de qualquer ofensa contra a religião”
·          Capítulo XXV - “Mas que loucura agora é atribuir a grandeza do nome romano aos méritos da religião, já que foi depois que Roma se tornou um Império que a religião que ela professa promoveu seu progresso!”
·          Capítulo XXVI - “A Roma de simplicidade rural dos tempos primitivos é mais velha do que muitos de seus deuses. Ela reinou antes que seu orgulhoso e imenso Capitólio fosse construído”
·          Capítulo XXVII - “Porque, embora todo o poder dos demônios e maus espíritos nos esteja sujeito, contudo, como escravos, indispostos muitas vezes, estão cheios de medo: assim são eles também”
·          Capítulo XXVIII - “Entre vós, o povo também jura falso mais facilmente pelo nome de todos os deuses, do que pelo nome do supremo Imperador”
·          Capítulo XXIX - “Mas sois ímpios a tal ponto que procurais a divindade onde não está, que a procurais naqueles que não a possuem”
·          Capítulo XXX - “Que o imperador faça guerra ao céu, que leve o céu cativo em seu triunfo, que ponha guardas no céu, que imponha taxas ao céu! Ele não pode!”
·          Capítulo XXXI - “Aquele de vós que pensa que não nos importamos com o bem-estar de César, investigue as revelações de Deus, examine nossos livros sagrados, os quais nós não escondemos e que por muitas maneiras acabam parando nas mãos daqueles que não são dos nossos”
·          Capítulo XXXII - “Enquanto nos recusamos jurar pelo gênio de César, nós juramos por sua segurança, a qual é muito mais importante que todo seu gênio. São vocês ignorantes do fato de que esses gênios são chamados “Daimones”, e que o diminutivo “Daimonia” é aplicado a eles?”
·          Capítulo XXXIII - “Nunca irei chamar o imperador de Deus, e isso porque não está em mim ser culpado de falsidade; ou porque eu não me atrevo a expô-lo ao ridículo; ou porque ele mesmo não desejará ter esse alto nome a ele aplicado. Se ele é somente um homem, é do seu interesse como homem dar a Deus seu alto posto”
·          Capítulo XXXIV - “Cessem também de atribuir o nome sagrado àquele que necessita de Deus. Se essa adulação mentirosa não é vergonhosa, chamando divino um homem, deixe que ele tenha pavor pelo menos do mau presságio o qual ele suporta”
·          Capítulo XXXV - “Se não estou enganado, os senadores eram romanos; isto é, eles não eram cristãos. Ainda todos eles, na véspera de suas traições, ofereceram sacrifícios pela vida do imperador, e juraram por ele; uma coisa em profissão e outra em seus corações; e eles tinham o hábito de denominar os cristãos de inimigos do Estado”
·          [...]

Apologétique de Tertullien (latin-français), avec commentaires et notes