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sexta-feira, 26 de setembro de 2025
quinta-feira, 25 de setembro de 2025
sábado, 20 de setembro de 2025
Meu reino por um cargo – A ilusão católica a respeito da política moderna
A falsa premissa
Uma quantidade não desprezível de
católicos, nos dias de hoje, sonha com o momento em que terão uma quantidade
considerável de parlamentares na Câmara dos Deputados, ou mesmo na tal da
Presidência da República. Outros, que se acreditam menos iludidos, sonham com
uma monarquia parlamentar.
Outra parte, por sua vez — especialmente
aquela pertencente à Opus Dei — acredita que um tipo de ocupação à moda
gramsciana (guerra de posições), como aquela que exercem especialmente no poder
judiciário, poderia vir a surtir efeito (seja lá qual for o que desejarem).
Mas todos os católicos que desejam uma
ocupação de posições nos centros de poderes modernos partem de uma falsa
premissa. Essa premissa eu poderia formular de maneira muito simples e acredito
que todos concordariam:
– (1) O poder
político-partidário do Estado moderno é o centro de tomada de decisões da
sociedade; e (2) quem estiver lá terá o controle das decisões de uma nação e
portanto da sociedade; ergo (3) devemos desejar possuir esses
lugares, pois somos católicos e queremos o Reino de Cristo.
Isso por si só move muitas pessoas a
fazerem a campanha pelo tal do “mal menor” a favor de Jair Bolsonaro, ou pela
deputada Cris Tonietto, fiel da Administração Apostólica de D. Rifán, ou por
algum católico local para os cargos de vereador ou deputado estadual (ou algum
federal caso você não for do Estado da Cris), etc.
O que é o Estado
moderno
O Estado moderno não é a mesma coisa que
a comunidade política medieval ou a pátria da Antiguidade. O historiador Jean
de Viguérie observa algo interessante: antes da palavra pátria entrar
na língua francesa, já existia o conceito de França:
«A
palavra “pátria”, no latim medieval, e a palavra “patrie”,
adotada pela língua francesa no século XVI, designavam a terra dos pais, o país
de nascimento e educação. O amor à pátria — a palavra patriotismo ainda não
existia — restaurou à França os deveres da piedade com as honras do respeito e
da lealdade. A pátria era a França. A França era um ser moral dotado de
virtudes. Os franceses frequentemente evocavam essas virtudes da França e
queriam se mostrar dignos delas. Em caso de guerra, alguns deles concordavam em
dar a vida. Mas nenhuma obrigação era imposta aos cidadãos comuns de morrer
pela pátria a pedido do príncipe.»¹
Ora, se já existia uma noção de “França”
anterior à noção de “pátria”, certamente essa noção referia-se ao
simples exercício da política em seu sentido clássico, que é o exercício da
prudência humana conforme a natureza, ou seja, a união de famílias em prol de
um viver superior àquele da isolação: uma sociedade de sociedades onde havia um
livre intercâmbio de convivências, experiências e um depósito de memórias,
desejos e bens em comum. Era a “comunidade política” (e política aqui nunca é
no sentido ‘política partidária’) que dividia suas tarefas conforme a natureza
e os fins gerais que deve ter uma sociedade, ou seja: o exercício das virtudes
e a aquisição da bem-aventurança eterna. A vida era relativamente simples e,
apesar dos problemas inerentes à natureza humana, a chance de sucesso (leia-se
salvação) era muito maior. Essa “comunidade política” não foi inventada por
Aristóteles ou Santo Tomás: eles apenas descreveram esse fenômeno consequente
da natureza humana (e, se consequente da reta natureza humana, algo querido por
Deus).
Por outro lado, vejamos quais são os
pontos-chave que definem o que é o Estado moderno nas palavras do professor de
Ciências Políticas e Políticas Públicas, Patrick Dunleavy, da London
School of Economics, Inglaterra:
«O
Estado é um conceito complexo e multicritério. Na era contemporânea, refere-se
a:
1. Um conjunto de instituições
organizadas com um nível de conectividade ou coesão que justifica descrições
resumidas de seu comportamento em termos “unitários”.
2. Operando em um determinado território
espacial, habitado por uma população substancial organizada como uma
“sociedade” distinta.
3. A “função socialmente aceita” dessas
instituições é definir e aplicar decisões coletivamente vinculativas aos
membros dessa sociedade (Jessop, 1990, p. 341).
4. Sua existência cria uma esfera
“pública” diferenciada do âmbito da atividade ou tomada de decisões “privadas”.
Cada um desses Estados (conjunto de
instituições) deve também:
5. Reivindicar soberania sobre todas as
outras instituições sociais e efetivamente monopolizar o uso legítimo da força
dentro do território em questão (Weber, 1948, p. 78).
6. Ser capaz de definir membros e não
membros da sociedade e controlar a entrada e saída do território.
7. Fazer fortes reivindicações
ideológicas/éticas para promover os interesses comuns ou a vontade geral dos
membros da sociedade.
8. Ser aceito como legítimo por grupos
ou elementos significativos da sociedade.
9. Comandar recursos burocráticos
(Weber, 1968, pp. 212–226) para poder arrecadar impostos (Schumpeter, 1954) e
ordenar os assuntos governamentais de forma eficaz, dados os custos de
transação vigentes (Levi, 1988).
10. Regular substancialmente as
atividades sociais por meio de um aparato legal e as atividades governamentais
por meio de uma constituição.
11. Ser reconhecido como um
"Estado" por outros Estados.»²
Aqui não se trata do Estado enquanto
culminação natural do poder temporal, ou uma sociedade de
sociedades funcionando como poder subsidiário que dá apoio às sociedades
menores para que elas atinjam seu fim. Não. Trata-se, antes de tudo, de uma
coesão de instituições burocráticas, ou melhor, de um consenso de
instituições burocráticas que quer a todo custo impor sua visão
leviatânica e indisputada sobre o todo da sociedade. É um grupo estabelecido,
virtualmente inextirpável e dinástico de burocratas que manejam o Estado
moderno para o rumo que querem dar. Poderíamos atribuir alguma ideologia a esse
grupo, mas objetivamente o único objetivo deles é não sair de lá. Esses
burocratas podem ser movidos ou até mesmo estar em intersecção com as
oligarquias usurárias e as organizações secretas, mas em sua dureza de coração
jamais aceitariam um “pária” católico, pois governam segundo a Cidade dos
homens, e não a de Deus.
Tal é, em linhas gerais e muito
resumidamente, o Estado moderno, ou, como se costuma chamar, o sistema.
E por isso mesmo, diante disso tudo pareceria uma atitude pouco caridosa (para
não dizer cruel) desejar jogar algum irmão católico em tal situação.
Fim.
(Assinado: Leonildo
Trombela Júnior)
NOTAS
1
Jean de Viguerie, Les deux patries. Essai historique sur l’idée de
patrie en France, Dominique Martin Morin, 2ª ed., Bouère, 2003, p. 11.
quinta-feira, 26 de junho de 2025
Sumário do “Comentário ao Apocalipse” de Carlos Nougué
PRÓLOGO
Abreviaturas dos títulos bíblicos usadas neste livro
APOCALIPSE DE SÃO JOÃO / ἈΠΟΚΆΛΥΨΙΣ ἸΩΆΝΝΟΥ [Ή ἸΩΆΝΟΥ]
ESTUDO GERAL
I. Canonicidade e autenticidade do Apocalipse de São João
Ia. Da tradição ao magistério infalível
Ib. A autoria de São João segundo a razão
α. O testemunho dos Padres imediatos à escrita do Apocalipse
β. Do contexto em que se escreveu o Apocalipse, e do fim deste
δ. Da doutrina, do estilo e da língua do Apocalipse comparados aos do Quarto Evangelho e aos das Epístolas joaninas
§ Da doutrina
§ Do estilo
§ Da língua
a. Da
data de composição do Apocalipse
b. Da
data de composição do Quarto Evangelho
c. Do
léxico do Apocalipse comparado ao do Quarto Evangelho e das Epístolas joaninas
d. Da gramática do Apocalipse comparada à do
Quarto Evangelho e das Epístolas joaninas
e. (In)conclusão
II. Da profecia em geral, e
do Apocalipse em particular
IIa. O que é profecia, e o Apocalipse de João
• Da origem causal da profecia
• Do modo da cognição profética
• Da divisão da profecia
IIb. A doutrina tomista da
causa instrumental e sua implicação na inspiração escriturária
a. A redução de tudo quanto se
pode dizer causa às quatro espécies postas por Aristóteles, e os modos destas
b. A ordem das causas
• A multiplicidade das causas
• Se nas causas pode dar-se
processo ao infinito
c. A causalidade mútua das causas
d.
O fim como causa das causas
e.
A causa instrumental
IIc. Dos sentidos das Escrituras, e ainda de sua
inerrância geral
IId. Da última palavra quanto à exegese bíblica
IIe. À guisa de conclusão
III. Do “gênero literário” do Apocalipse de São João
IIIa. Se se podem classificar os livros da Escritura em gêneros literários
IIIb. Se o apocalíptico é um gênero literário
IIIc. Dos símbolos e imagens do Apocalipse de São João
α. O próprio de São João
β. Do Apocalipse comparado com o Novo
Testamento restante
γ. Do Apocalipse comparado com o Antigo
Testamento
δ. Do Apocalipse canônico comparado com
os apócrifos
ε. O próprio do Apocalipse
ζ. À guisa de conclusão
IV. Sistemas de interpretação do Apocalipse, e o plano deste
IVa. Os principais comentadores
α. Os primeiros a tratar o livro de São João
β. Ticônio e os Padres mais propriamente
comentadores
γ. Do século vi
ao século ix
δ. Os
escolásticos até o século xiii
ε. O
renascimento do milenarismo no século xii
ζ. Nicolau
de Lira e seus continuadores
η. As duas
principais correntes católicas do século xvi-xvii
θ. Do século
xviii a meados do xix
ι. Da
segunda metade do século xix ao
Vaticano II
κ. No
pós-Vaticano II
IVb. As causas do Apocalipse
IVc. O plano do Apocalipse
α. O
desenho geral
β. As sete
visões
γ. Uma
profecia cristocêntrica
δ. O
mistério da história do ângulo de Deus
ε.
Princípios de interpretação do Apocalipse
COMENTÁRIO AO APOCALIPSE DE SÃO
JOÃO
Prólogo de São João às sete Igrejas (capítulo i, 1-8)
Primeira parte (cap. i, 9-iii)
– Revelação às Sete Igrejas da Ásia acerca de seu estado espiritual
I. Visão introdutória (cap. i,
9-20)
Excurso i – As
sete Igrejas
Excurso ii – A cor
branca no Apocalipse de São João
Excurso iii – Os
sete anjos das sete Igrejas
II. As sete cartas (cap. ii-cap. iii)
A. Carta à Igreja de Éfeso (cap. ii, 1-9)
Excurso
– Os nicolaítas
B. Carta à Igreja de Esmirna (cap. ii, 8-11)
C. Carta à Igreja de Pérgamo (cap. ii, 12-17)
D. Carta à Igreja de Tiatira (cap. ii, 18-29)
E. Carta à Igreja de Sardes (cap. iii, 1-6)
F. Carta à Igreja de Filadélfia (cap. iii, 7-13)
G. Carta à Igreja de Laodiceia (cap. iii, 14-22)
Excurso – Dupois
e Allo
Segunda
parte (cap. iv-cap. xxi, 8) – Profecia
de todo o devir do mundo e da Igreja nele, desde a glorificação de Cristo até a
Parusia
1. Visão introdutória
geral (cap. iv-cap. v)
A. Visão
do templo e trono de Deus e glorificação do Criador (cap. iv, 1-11)
Excurso i
– Os 24 anciãos
Excurso ii
– Os quatro animais
Excurso iii – O
templo celeste e os templos terrestres
B.
O aparecimento
do Cordeiro Redentor e o livro dos sete selos (cap. v, 1-14)
2. Primeira
seção da profecia mais propriamente dita
– Execução dos decretos do livro dos sete selos para o mundo (cap. vi-cap. xi, 18)
A.
Abertura do livro dos sete selos (cap.
vi-cap. viii, 1)
Extenso prenotando
– O livro dos sete selos
•
Ruptura dos quatro primeiros selos, e os quatro cavaleiros (cap.
vi, 1-7)
Anexo – Os quatro cavalos e o cavaleiro branco
α. Os quatro cavalos
β. O cavaleiro branco
• Ruptura do quinto selo, e a prece dos mártires (cap.
vi, 9-11)
•
Ruptura do sexto selo: o resultado dos juízos divinos para os inimigos do
Cordeiro e para seus servos fiéis (cap. vi, 12-vii)
a. Visão antecipada
dos cataclismos no mundo ímpio (cap. vi,12-17)
b. Visão da preservação e da salvação dos fiéis (cap.
vii, 1-17)
α. Os servos de
Deus são marcados na testa, e os eleitos de Israel (cap. vii, 1-8)
β. Visão da sorte dos
eleitos, nesta vida e na futura (cap. vii, 9-17)
B.
Visão das sete trombetas (cap. viii,
2-cap. xi, 18)
1.o Ruptura do sétimo selo, os anjos das
trombetas e o anjo do turíbulo (cap. viii, 2-6)
2.o-6.o A sucessão das trombetas
2.o As quatro primeiras trombetas (cap.
viii, 7-12)
3.o Proclamação do anjo (cap.
viii, 13)
4.º
A quinta trombeta – os gafanhotos (cap. ix, 1-12)
5.o A sexta trombeta – o extermínio de um
terço dos homens, e a vitória das testemunhas de Cristo (cap.
ix, 13-cap. xi, 14)
a. O massacre da cavalaria infernal (cap.
ix, 13-21)
Interlúdio – Um anjo anuncia a consumação
próxima e o livrinho profético (cap. x)
b. A Igreja no meio dos flagelos, e a pregação das duas
testemunhas (cap. xi, 1-14)
6.o A sétima trombeta – a consumação (cap.
xi, 15-18)
III. Segunda seção das profecias – Execução dos decretos do
livrinho para a Igreja e o conjunto do mundo (cap. xi, 19-cap. xxi, 8)
A.
A mulher e o dragão (cap. xii, 1-17)
Excurso – O terceiro ai
B.
Visão introdutória das
profecias referentes antes
ao tempo da apostasia (cap. xiii-cap.
xiv, 5)
B
1.º O dragão suscita duas bestas para que se oponham ao Cordeiro na terra (cap. xiii)
B.
2.o O Cordeiro e as virgens em face da besta e de seus adoradores
(cap. xiv, 1-5)
Excurso – Relações entre xiv, 1-5 e o milênio do capítulo xx
C.
Visão preparatória da
luta entre as
forças antagônicas (cap. xiv, 6-20)
C.
1.º Os três arautos da vitória e das vinganças de Deus (cap.
xiv, 6-11)
C.
2.o Promessa de beatitude aos santos (cap. xiv, 12-13)
C.
3.o O juízo futuro – os eleitos e os réprobos (cap. xiv, 14-20)
D. A execução das vinganças divinas contra as bestas e a Babilônia
(cap. xv-cap. xix)
D. 1.° As sete taças da ira de Deus (cap.
xv-xvi)
D 1.° a-b. Os anjos recebem as taças diante da multidão celeste (cap.
xv-xvi, 1)
D. 1.° c. Os anjos vertem as taças (cap.
xvi, 2-21)
D. 2°-3° Sorte final de Roma e do Anticristo (cap.
xvii-xix)
D. 2.° A vingança divina contra Roma (cap.
xvii-cap. xix, 10)
D. 2.° a. A prostituta
Babilônia e sua relação com a besta (cap. xvii)
D. 2.° b. Prelúdio da ruína da Babilônia (cap.
xviii, 1-8)
D. 2.o c-d. A
ruína da Babilônia (cap. xviii, 9-cap. xix, 10)
D. 2.o c. α. Lamentação sobre a ruína da Babilônia (cap.
xviii, 9-20)
D. 2.° c. β. Profecia do julgamento da Babilônia (cap.
xviii, 21-24)
D. 2.° c. γ. Aleluia no céu (cap. xix, 1-8)
D. 3.° Juízo das
bestas pelo Verbo de Deus, e a ruína do Anticristo (cap.
xix, 11-21)
E. Milênio e apostasia
1.º O encadeamento
do dragão por mil anos (cap. xx, 1-6)
2.º Satanás é solto, e derrotado
definitivamente (cap. xx, 7-10)
Excurso 1 – Os milenarismos
Excurso 2 – O duplo milênio, e a dupla apostasia
Excurso 3 – O duplo κατέχων
Excurso 4 - O Anticristo
Excurso 5 – Os sinais da proximidade do fim
F. O Juízo Final, novos céus e nova terra, e Deus entre os seus (xx, 11-xxi, 4)
IV. Epílogo da seção profética (cap. xxi, 5-8)
Terceira parte (cap.
xxi, 9-cap. xxii, 5) – A Igreja
e a Jerusalém final
I. Jerusalém desce do céu (cap. xxi, 9-10)
II. A cidade nova (cap. xxi, 11-23)
III.
As nações e os eleitos na Jerusalém nova (cap. xxi,
24-cap. xxii,
5)
Excurso – Um mundo incorruptível
Epílogo (cap. xxii, 6-21)
I. Tripla atestação da obra (cap.
xxii, 6-9)
II. Palavras de Cristo e resposta do Espírito e da Igreja (cap. xxii, 10-17)
III. Advertências de João com respeito ao livro (cap.
xxii, 18-19)
IV. Última promessa, e último
apelo; saudação (cap. xxii, 20-21)
APÊNDICES
Apêndice 1 – Da Realeza de Cristo
Apêndice 2 – Corte e costura humanista
Apêndice 3 – Se
pode o homem ter mais de um fim último (exposição)
Apêndice 4 – A pólis em ordem a Deus
Apêndice 5 – O que é a ideologia
Apêndice 6 – Diferenças entre a revolução marxista e a
revolução marcusiana
Apêndice 7 – Da predestinação
Apêndice 8 – Apocalipse sinóptico
Apêndice 9 – Apocalipse paulino
Apêndice 10 – “O sistema do milenarismo mitigado não pode
ser ensinado sem perigo”
Apêndice 11 – São Paulo e a “dupla ressurreição” corpórea
Apêndice 12 – O milenarismo no Suplemento da Suma Teológica
(iii, q. 77) de Santo Tomás de
Aquino
Apêndice 13 – Questão 12 de ii-ii
da Suma Teológica de Santo Tomás: Da apostasia
Anexo – Duas entradas do Dicionário Bíblico de
Vigouroux
Apêndice 14 – Da profecia de Fátima
BIBLIOGRAFIA
Link para a página da campanha de financiamento do livro: https://edicoes.santotomas.com.br/projetos/comentario-ao-apocalipse/